Nenhum acordo com a burguesia

Haiti: povo sai às ruas contra acordo com o governo da direita

Seguindo o exemplo do Chile, população do Haiti responde ao "acordo por cima" com mobilização nas ruas. Para ampliar a luta é necessária uma direção revolucionária

Nesta terça (19), a oposição haitiana assinou acordo com o governo Moise pela transição do poder e a população, contra o governo e o acordo, voltou aos protestos pelo país, sobretudo na capital Porto Príncipe. Quatro pessoas foram feridas no Delmas 95 por civis armados não identificados e segundo o Escritório de Direitos Humanos da ONU, já há no país mais de 42 mortos.

Neste momento, o governo de Moise se mantém devido ao apoio decisivo dos Estados Unidos, que até agora garantiram a continuidade do partido ultra-liberal do PHTK no poder. Em troca os EUA contam com as ações do Haiti contra a Venezuela em espaços regionais como a OEA (Organização dos Estados Americanos) e a Comunidade do Caribe; a manutenção das relações com Taiwan e com o consequente bloqueio dos interesses comerciais chineses no País; além de amplas prerrogativas para a mineração estadunidense e canadense ao norte do território da ilha.

Já a oposição, é formada por diferentes coalizões que acabaram de chegar a um entendimento segundo o qual, em uma eventual transição política, a presidência seria ocupada por um juiz do Tribunal de Cassação e o cargo de 1º ministro por um membro da oposição. Esta é a alternativa de consenso, que inclui:

  • O setor democrático e popular do advogado André Michel, parte da oposição parlamentar da política tradicional e representante de alguns dos mais importantes fatores de poder;
  • La Pasarela, uma iniciativa que visa atuar como ponte entre os vários setores da oposição, e é promovido por Bernard Craand, um tecnocrata que atuou como coordenador do Fórum Econômico até setembro deste ano;
  • “Mache Kontre” composto pelo OPL, Fusion e outros grupos menores;
  • Bloco Democrático do ex-Ministro de Assuntos Sociais e Trabalhistas, Victor Benoit, dissidente da coalizão social-democrata e fiel expoente de uma pequena burguesia conservadora;
  • Fórum Patriótico, uma coalizão de mais de 60 movimentos sociais urbanos e rurais, sindicatos e partidos políticos de esquerda, um espaço que é o mais representativo das mobilizações de rua, apesar de sua espontaneidade persistente.

Cada um desses grupos, juntamente com o setor da sociedade civil, nomeará dois representantes para eleger as novas autoridades para realizar a renúncia esperada de Jovenel Moïse, exigida por praticamente todos os setores do País.

No entanto, contra essa saída negociada, a população do Haiti voltou às ruas para rechaçar essa política de conciliação que procura salvar o regime político decadente do Haiti. Essa frente ampla, que inclui setores da direita e da esquerda da oposição é muito semelhante à feita no Chile em torno da constituinte com o golpista Piñera. Da mesma forma os haitianos corretamente rejeitaram o acordo e buscam uma saída nas ruas, porém, da mesma forma que no Chile, antes que as manifestações refluam, é preciso ter uma liderança que ofereça uma política revolucionária, consequente, que permita à população superar a via derrotada do acordo com a direita golpista.

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