Segundo pesquisa de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto os negros representam 55,8% da população, sendo a grande maioria do povo brasileiro, apenas 27,7% pertencem aos 10% da população com maior rendimento no país. Ao mesmo tempo, dentre os 10% mais pobres, 75,2% são negros.
Em contrapartida, os brancos, que representam 43,1% da população, são a grande maioria dentre os mais ricos, ocupando a parcela de 70,6% dentre os 10% mais ricos, enquanto ocupam 23,7% dentre os 10% mais pobres. Nem mesmo as diferenças salariais entre os sexos são tão acentuadas. Enquanto as mulheres recebem 78,7% do salário dos homens, os negros recebem 57,5% dos salários dos brancos.
Essa desigualdade é inerente ao próprio sistema capitalista, que precisa estabelecer condições para que os salários sejam os mais baixos possíveis. Na atual etapa, em que o capitalismo se encontra em crise, a tendência é essa disparidade aumentar ainda mais.
Sempre foi evidente para todos, e a pesquisa do IBGE vem para comprovar isso, que a burguesia brasileira é majoritariamente formada por brancos, enquanto a classe trabalhadora é em sua esmagadora maioria feita de pessoas negras. Medidas como a da Reforma da Previdência do presidente fascista e ilegítimo Jair Bolsonaro, por exemplo, acabam por agravar ainda mais a desigualdade entre as duas raças, já que a reforma em questão nada mais é do que uma transferência da renda dos trabalhadores para os grandes bancos.
Para que o povo negro não seja ainda mais massacrado e tenha suas reivindicações atendidas, é preciso organizar um grande movimento que se oponha ao regime político golpista. É preciso, portanto, derrubar o governo imposto contra a vontade da população, anular todos os retrocessos que vêm ocorrendo desde 2016 e novas eleições.