Na última quarta-feira, a Secours Populaire, organização que distribui alimentos para a população carente na França, informou que durante a pandemia do novo coronavírus, o número de pessoas que procuraram o grupo para pedir auxílio alimentar aumentou cerca de 45% e já ultrapassa 1,2 milhões de pedidos. Estes números indicam o aumento da pobreza e da fome na França como resultado direto da intensificação da crise capitalista durante a pandemia, que vem afligindo todo o mundo e é consequência da política imperialista de massacre da classe trabalhadora para proteção dos capitalistas, principalmente em períodos de crise.
Na França a execução das políticas neoliberais de interesse do imperialismo já vêm se dando há bastante tempo, o que pode ser observado pelos constantes ataques do governo francês contra a classe trabalhadora, com medidas que ameaçam desde o emprego e o salário até à aposentadoria dos trabalhadores franceses, o que levou estes trabalhadores às ruas contra o governo Macron e a política de massacre há meses antes da pandemia. Ou seja, a crise é muito anterior ao coronavírus, assim como as investidas da burguesia contra o povo também são, com o advento da pandemia o que houve foi o aprofundamento dessa crise e consequentemente o aprofundamento dos ataques à população.
Desta forma o que tem levado a população francesa cada vez mais a este estado de pobreza, fome e miséria não é puramente o coronavírus. Com medidas que de fato combatessem a doença, seu avanço e protegessem a população, sanitária e economicamente, logo o problema seria superado. A crise capitalista, porém, já vinha se desenvolvendo, tendo apenas sido agravada pela pandemia, fazendo com que a burguesia jogue nas costas da classe trabalhadora e pobre todas as mazelas da falência do capitalismo como a fome, a pobreza e outros ataques específicos como desemprego, redução salarial, etc, além de não estar sendo feito absolutamente nada que de fato combata o vírus.
Não por acaso há algumas semanas a população francesa voltou às ruas contra este verdadeiro massacre que está sendo promovido, com protestos dos coletes amarelos, da juventude e de organização dos trabalhadores, deixando evidente a insatisfação popular com as políticas imperialistas que tem levado milhões de pessoas à miséria. É preciso combater os capitalistas à altura sobretudo com o fortalecimento das mobilizações populares em defesa dos trabalhadores, contra os governos imperialistas e seus capachos no mundo todo, para impor a vontade das massas. A recusa em mobilizar a população fará com que a direita avance e que mais milhares de pessoas entrem para o mapa da fome.