A segurança da mulher tem sido cada vez mais colocada em xeque na sociedade capitalista, principalmente na atual conjuntura, que engloba um golpe de Estado, eleições fraudadas e a ascensão de um governo fascista, eleito com discurso violento contra a classe trabalhadora. Tendo esse cenário em vista, não é de se espantar que as mulheres, um dos grupos mais oprimidos da sociedade, sofram as consequências de um discurso que incentiva a opressão contra elas, conforme mostra o Mapa da Desigualdade, divulgado nesta terça-feira (5), feito pela Rede Nossa São Paulo.
Segundo o Mapa da Desigualdade, houve um aumento de 167% no número de morte de mulheres somente em São Paulo e na capital paulista, em comparação entre 2017 e 2018, o número de assassinatos de mulheres cresceu de 97 para 259. Ainda no Mapa da Desigualdade, sem contar o número de morte de mulheres, mostra que a violência contra a mulher aumentou dos 54.386 para 82.233, ou seja, um aumento de 51% em comparação com 2018.
Esse recrudescimento da violência mostra que quanto mais um regime político caminha à direita, mais as mulheres tendem a sofrer. Trotsky já afirmava em seus escritos de 1938 que “a posição da mulher é o indicativo mais claro e eloquente para avaliar um regime social e a política do Estado”, sendo assim, baseado nesta afirmação, pode-se dizer que a situação das mulheres vai de mal a pior. O governo bolsonarista que foi tomando conta das instituições, até chegar na presidência, deu carta branca para que opressão e exploração contra a mulher fossem levadas às últimas consequências.
A realidade das mulheres da classe trabalhadora chama urgente uma união desse grupo tão oprimido para trabalharem elas mesmas em sua segurança, pois há um necessidade gigante de reagir às ofensivas e provações da extrema-direita, que vem agindo de forma brutal contra os trabalhadores. As mulheres têm todo o direito de se organizar em comitês de autodefesa para se defenderem, respondendo a ofensiva fascista na mesma moeda e com as mesmas armas, se assim for necessário.