No último domingo, 10 de novembro de 2019, mais um golpe de estado orquestrado pelo imperialismo norte-americano foi concretizado a América Latina. Convocada pela imprensa burguesa golpista, a direita saiu às ruas após perderem as eleições presidenciais para a figura mais popular do país, o então presidente boliviano, Evo Morales.
Evo Morales havia sido eleito em primeiro turno, com uma forte aprovação popular que desejava dar continuidade a seu governo nacionalista e barrar o avanço da direita. Contudo, com a vitória nas eleições, a burguesia, assim como já fez em diversos países do continente, repetiu seu clássico repertório convocando “coxinhatos”, abarrotados de bandeiras nacionais e estadunidenses e declarando guerra contra o governo legitimamente eleito. Inicialmente Morales reagiu de maneira enérgica, convocando o povo para as ruas em defesa de seu mandado. Os trabalhadores responderam a seu chamado e lotaram as ruas bolivianas contra os golpistas. No entanto, Evo Morales cedeu a pressão, resolveu permitir recontagem dos votos, depois por chamar novas eleições e no fim, renunciou após uma gigantesca onda de ataques de fascistas a sua família e aos militantes de esquerda.
A casa da irmã do presidente boliviano e de dois governadores foram atacadas por grupos de extrema-direita que colocaram fogo nos locais. Em outra área do país, fascistas invadiram emissoras publicas, ameaçaram de morte seus funcionários e amarram um diretor sindicalista.
Policiais e militares, que orquestraram o golpe, marcharam sobre as ruas bolivianas junto aos fascistas, enquanto o principal nome golpista entra no palácio do governo com homens armados e promove uma cena de puro cinismo, colocando a bandeira do país no chão e declarando de joelhos que esta (o golpe) seria uma vontade de Deus. Com o desenvolvimento da situação, Evo Morales foi obrigado a sair do país e os fascistas já atacaram diversos de trabalhadores nas ruas, torturaram militantes e governantes.
O caso boliviano é um recado para toda América Latina, principalmente para aqueles que se iludem com as perspectivas eleitorais e que acham que não devemos lutar hoje. Se os trabalhadores de todos os países não intensificarem as mobilizações contra a direita, mais golpes militares serão dados.
Ao mesmo tempo que a direita ataca ferozmente sabemos que a crise é grande e que a população está extremamente revoltada. É preciso convocar o povo para as ruas e chamar pela derrubada dos governos golpistas. Fora Imperialismo da América Latina!