Passando por um grande empasse político, a Espanha chama eleições pela segunda vez neste ano, a fim de dar uma solução para a crise política que vem se instalando no país. As eleições acontecerão neste domingo (10), contudo, o Parlamento continuará bloqueado, dando continuidade à instabilidade instaurada no país. Enquanto isso, o Partido Socialista Espanhol (PSOE), liderado pelo premiê Pedro Sánchez, tem grandes possibilidades de conseguir maioria no número de cadeiras, mas aparentemente não o suficiente para vencer a corrida eleitoral.
A partir dessa realidade, o PSOE buscará novas alianças, como aconteceu na eleição anterior, em abril deste ano, quando tentaram negociar um acordo com o Podemos, mas que acabou fracassando. Todo esse cenário faz Sánchez entrar um tanto enfraquecido nessa disputa. Enquanto isso, o Podemos, que compõe o bloco de esquerda, acabará por perder dez cadeiras. Consequentemente, a extrema-direita deve crescer com esse cenário, tendo em vista que o único partido que pode tirar alguma vantagem dessa eleição é o Vox, partido de extrema-direita que, aparentemente, poderá ter seu número de cadeiras dobrado.
Podendo ser a terceira força política do país, o Vox conta com uma plataforma política bastante agressiva, típica da extrema-direita, sendo anti-imigração e com um discurso contra os grupos oprimidos, como os LGBTs. Ainda assim, sua ascensão na política espanhola tem sido rápida, já contando, desde as eleições de abril, com 24 deputados eleitos. O partido chegou até a repartir a direita, que até então era composta somente pelo Partido Popular e pelo Cidadãos.
De qualquer forma, a instabilidade política na Espanha tende a crescer e os resultados eleitorais devem acirrar ainda mais a polarização. O cenário de crise no país imperialista, principalmente pelas manifestações populares dos catalães, leva a Espanha a entrar no quadro de crise dos países europeus, afinal, não é um evento isolado, tendo em vista que há uma crise geral do capitalismo, que vem atingindo todos os países, forçando-os a recrudescer a violência nos países atrasados.