Em meio à escalada de tensões entre o imperialismo estadunidense e o Irã, Hassan Rouhani, presidente do Irã, anunciou que o governo injetará gás de urânio em mais de mil centrífugas. A afirmação, feita nessa terça-feira (5), estabelece novos rumos, visto que, de acordo com o acordo nuclear de 2015, as centrífugas deveriam estar vazias.
O urânio será injetado em 1.044 máquinas de tipo IR-1, que ficam em Fordo, cerca de 180 km de Teerã,. O Irã, no entanto, só gozava de autorização para manter as centrífugas desse tipo, em Natanz, cidade que fica cerca de 315 km ao sul da capital.
“A partir de amanhã [quarta-feira], começaremos a injetar gás em Fordo”, afirmou Rouhani. Ainda segundo o presidente iraniano, essa seria a “quarta etapa” do plano de redução de compromissos na área nuclear iniciado em maio, logo após o abandono do acordo de Viena, por parte dos EUA.
Ademais, de acordo com o chefe do programa nuclear iraniano, Ali, Akbar Salehi, os iranianos trabalham em protótipos de uma outra centrífuga, a IR-9, bem mais avançadas que a IR-6.
A comunidade internacional tem, por sua vez, feito ressalvas quanto ao posicionamento do governo iraniano que, em todo caso, busca proteger-se da política imperialista capitaneada pelos Estados Unidos. Agnès Von der Muhll, porta-voz do ministério de Relações Exteriores da França, afirmara: “Estamos aguardando o próximo relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), sobre os anúncios e as ações do Irã”. Ademais, “o anúncio do Irã no dia 5 de novembro para aumentar sua capacidade de enriquecimento vai contra o acordo de Viena, que limita estritamente as atividades nessa área”, complementou.
Em contrapartida, o presidente iraniano apresentou um novo prazo de dois meses aos Estados signatários do acordo de Viena (França, Rússia, Reino Unido, China e Alemanha) para que se apresente uma resposta aos pedidos do governo iraniano. Caso não haja uma resposta, o Irã reduzirá ainda mais seu compromisso com o acordo.
Nas condições em que o Irã se encontra, é nítido que o avanço do governo iraniano em relação ao enriquecimento de urânio, expressa uma resposta ao cerco promovido pelos EUA e o imperialismo de conjunto, na intenção de colocar em prática uma política criminosa – que atinge o povo inteiro para minar o governo iraniano e liquidar o país para sua posterior intervenção imperialista. Diante da política genocida do imperialismo, o Irã busca se defender para assegurar sua soberania e evitar que o povo seja entregue às aves de rapina do imperialismo.