A população haitiana está entrelaçando protestos e paralisações semana após semana. No último domingo, a oposição de Jovenel Moïse, presidente haitiano, anunciou mais um semana de manifestações pelo país. As mobilizações consecutivas estão acontecendo há quase uma ano. O clima de instabilidade política assola a ilha caribenha desde 2016.
Moïse foi eleito através da fraude eleitoral. Seu antecessor, Michel Martelly, também membro do Partido Haitiano Tet Kale (PHTK), apontava Moïse como herdeiro de seu legado eleitoral. O PHTK é o partido da oligarquia agrária do Haiti, e está diretamente ligado com as mineradores dos EUA e Canadá, atuando na venda de terras dos agricultores locais para vendê-las as multinacionais.
Ao fim do mandato de Martelly, a tentativa de emplacar Moïse levou a uma forte instabilidade política do país. O cargo de presidente ficou vacante quase por um ano enquanto duas eleições, nas quais o candidato do PHTK saiu vencedor foram contestadas pelo público sobre alegações de coerção de votos entre outros escândalos.
Atualmente, a população se vê impossibilitada de continuar suas atividades econômicas devido à alta exorbitante no preço dos combustíveis, e à ameaça do país inteiro ficar sem energia nos próximos dias, como anunciado publicamente pela Sogener, principal empresa do ramo energético do país.
A crise dos combustíveis deu-se com o fim do subsídio no preço do barril de petróleo que fornecia o governo venezuelano através do Petrocaribe. Iniciativa de Hugo Chavez em vender o petróleo venezuelano mais barato para fortalecer o mercado das ilha caribenhas, contudo, o embargo econômico do imperialismo sobre a Venezuela obrigou Nicolas Maduro a cortar o subsídio.
O governo haitiano, por sua vez, também cortou os subsídios cedidos à energia, medida requerida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) afim de conceder um empréstimo de 96 milhões de dólares para a ilha.
A crise política é enorme, e diversos escândalos envolvendo o governo estão emergindo. A população haitiana ocupou as ruas a diversas ocasiões desde o início do ano. A condição do país é similar a de quase todos os países da América Latina. Equador, Porto Rico, Uruguai, Chile e Argentina. A população latino-americana está nas ruas enfrentando a polícia dos governos impostos pelos países imperialistas para extrair as riquezas do continente e afagarem a crise econômica que assola os bancos internacionais.