Seguindo as orientações do Banco Mundial, o governo Bolsonaro quer destruir o funcionalismo através de uma “reforma” administrativa que diminua o número de carreiras, reduza os salários iniciais dos servidores e acabe com a garantia de estabilidade para novos contratados.
O governo ilegítimo de Bolsonaro vem aplicando a política do Banco Mundial (que é uma espécie de Ministério da Economia das Colônias do Imperialismo mundial). Após destruir a previdência pública, o banco exige que siga a destruição com o enxugamento da máquina pública, utilizando demissões, redução de vagas e de salários, bem como o enxugamento da máquina pública através da venda de ativos e a privatização de estatais. É uma forma de aprofundar a terceirização e de dar grandes lucros para “agenciadores”de mão de obra, que passarão a ser os contratantes de servidores.
Um especialista sênior em governança no Banco Mundial, Daniel Ortega, revela:
“Não adianta ficar só na área fiscal. As partes da gestão são igualmente críticas, porque o trabalho é em sistema que não permite nem a avaliação do desempenho.”
Para os especialistas do Banco Mundial é preciso avaliar o tamanho da máquina pública. Seguindo esta orientação, recentemente o governo Bolsonaro atualizou a lista de estatais e ativos aos quais o governo tem alguma participação.
Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que, em média, o Judiciário federal entre 2007 e 2016 pagou 50% maiores remunerações que as do Executivo, sendo R$ 16 mil e R$ 8 mil, respectivamente. Qualquer cálculo feito sobre a remuneração dos servidores mostra que há uma camada de privilegiados dentro do funcionalismo e que essa camada está no Judiciário, no Ministério Público e em altos setores do Executivo e Legislativo. No entanto, as reformas do governos não visam atacar nenhum destes privilégios, uma vez que estes altos salários nada mais são do que propinas indiretas que a burguesia paga para manter todo um setor da pequena burguesia fiel à manutenção do regime de exploração atual.
Portanto, é preciso denunciar que essa reforma é um aprofundamento da terceirização, um ataque gigantesco não apenas contra todos os servidores, que serão afetados em suas carreiras (com salários bem mais baixos para os terceirizados), mas contra todos os trabalhadores e a população em geral, que dependem dos serviços públicos pata sobreviver.


