As eleições do Diretório Central Estudantil (DCE) da UnB deram novamente a vitória para uma chapa mais orientada à esquerda. A chapa “Unidade para Resistir” agrupou alguns coletivos do chamado “campo progressista”, e tinha na sua bandeira a revogação da Emenda Constitucional 95 (do teto de gastos) e a readmissão dos funcionários demitidos devido aos cortes impostos este ano pelo Ministério da Educação.
Esta chapa foi vitoriosa sobre a antiga, que buscava se reeleger, denominada “Aliança pela Liberdade”, alinhada à direita e com pautas liberais. A vitória foi de 7.143 contra 2.376 votos entre as duas chapas. Outras três chapas também participaram da disputa.
A vitória com ampla diferença mostra uma tendência de reorientação dos estudantes à esquerda, e um enfraquecimento da direita. A chapa vitoriosa, em nossa avaliação, não é a mais radicalizada, no sentido de mobilizar uma ampla luta contra a derrubada do governo, mas sua vitória pode ser vista como um passo a mais na direção deste tipo de luta.
Embora defesas típicas do campo progressista sejam bem-vindas, é preciso ter consciência que há uma política de desmonte radical das universidades em nível nacional. Não serão através de medidas institucionais e reuniões de conselho universitário que estas medidas serão combatidas. As reitorias têm se mostrado, em sua maioria, reféns dos ataques neoliberais de Bolsonaro e sua equipe.
Portanto, o único papel realmente eficaz que um DCE pode adotar é mobilizar a comunidade universitária em torno de uma política de luta, ampla, com greves, ocupações, conjuntas com outras organizações estudantis, docentes e de trabalhadores em geral. É preciso lutar pelo Fora Bolsonaro e o fim do regime golpista.