Olavo de Carvalho, o guru de Jair Bolsonaro, foi ao Twitter pedir um golpe militar. Direto dos EUA, o ex-astrólogo publicou um texto afirmando o seguinte: “Só uma coisa pode salvar o Brasil: a união indissolúvel de povo, presidente e Forças Armadas”. Um claro chamado para que os bandoleiros de extrema-direita, que o Rasputin bolsonarista chama de “povo” embora cheguem a no máximo cerca de 10% da população, passem a apoiar e se mobilizar por um golpe militar em defesa de Bolsonaro. Esse é o sentido de “união indissolúvel de povo, presidente e Forças Armadas”, no momento em que o governo está quase caindo de podre, afogado em suas próprias contradições e na crise interna da extrema-direita.
Só uma coisa pode salvar o Brasil: a união indissolúvel de povo, presidente e Forças Armadas.
— Olavo de Carvalho (@opropriolavo) October 16, 2019
A ameaça é real
A ameaça de Olavo de Carvalho não pode ser encarada como uma excentricidade de um velhinho foragido do hospício. O “professor” é um importante agente de aglutinação e agitação da extrema-direita no Brasil. Trata-se de uma investida real da extrema-direita em direção a um golpe de Estado feito de forma aberta. E essa não é a primeira vez que bolsonaristas aparecem com ameaças desse gênero.
Em entrevista para a TV, Bolsonaro já defendeu que o Congresso teria que ser fechado e que seria necessário “matar 30 mil”. Uma semana antes do segundo turno nas eleições do ano passado, o golpista afirmou que mandaria toda a esquerda para a “ponta da praia”, uma referência às execuções na ditadura militar. Durante aquela mesma campanha eleitoral, Bolsonaro afirmou que iria “metralhar a petralhada”, divertindo-se com a ideia de um genocídio político para exterminar a oposição. Pela mesma época, Eduardo Bolsonaro, filho do golpista ilegítimo, falou que para fechar o STF bastariam um cabo e um soldado.
Já no governo, Bolsonaro fez repetidos elogios a ditadores latino-americanos, como o paraguaio Alfredo Stroessner e o chileno Augusto Pinochet. Não se tratava de afirmações afrontosas feitas pelo mero gosto de provocar. São ameaças concretas, apontando regimes autoritários como um modelo a ser seguido pela extrema-direita no governo. Especialmente em um cenário em que a política nacional já está em grande medida sob o domínio de militares, com o STF sob tutela e com o general Eduardo Villas-Bôas fazendo mais uma ameaça ao tribunal.
Nesse ponto é oportuno lembrar as palavras de outro general sobre um possível golpe militar. Em 2017, o então general Hamilton Mourão, hoje vice-presidente, deu uma palestra para a Maçonaria em que afirmou que o Exército agiria na política por “aproximações sucessivas”, rumo a um golpe militar.
Cenário internacional
Além de todas essas declarações que mostram as intenções da extrema-direita de realmente dar um golpe militar, há ainda a evidência fornecida pelo cenário internacional. Ainda essa semana o presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou uma tramoia em seu país entre militares que pretendiam dar um golpe, capturada em uma escuta. No Equador, Lenín Moreno colocou as forças armadas nas ruas para esmagar a população que se revoltou com seu programa político de submissão ao FMI. São dois exemplos contundentes, entre outros exemplos possíveis na região, de que a direita ligada ao imperialismo está em preparação para estabelecer uma série de regimes militares.
É preciso reagir rápido
Apesar do imenso perigo que ronda hoje o País, contra a população, contra os trabalhadores, há uma grande tendência à mobilização contra o governo golpista que deve ser aproveitada o quanto antes. É hora de levantar nas ruas as palavras de ordem que confrontam o regime político e podem levar à derrota do golpe e da direita. É hora de levantar o Fora Bolsonaro! e Liberdade para Lula! Dia 27 será realizado um grande ato em Curitibas para defender a liberdade do ex-presidente, preso político há 559 dias. É preciso tomar a cidade e exigir a liberdade do líder petista. Todos a Curitiba dia 27! Liberdade para Lula!