O governo espanhol mandou reprimir de maneira violenta as manifestações que vem ocorrendo na Catalunha desde da última terça-feira, 15. Os atos foram convocados em protesto contra a condenação das principais lideranças dos movimentos pela independência do território catalão.
Nove lideranças foram condenadas na segunda-feira pelo Supremo Tribunal da Espanha a penas de até 13 anos de prisão. A condenação é referente a um referendo o pela independência da Catalunha, organizado em 2017.
A condenação dos lideres políticos catalães pelo simples fato de terem organizado um referendo popular demonstra a verdadeira ditadura que é o Estado espanhol. Em nome de uma fictícia “unidade territorial” o governo espanhol impõe um verdadeiro regime autoritário contra o povo da Catalunha, por meio da repressão e do cerceamento do direito de auto-determinação e autonomia política.
Isso ficou evidente nas manifestações de terça-feira, as quais levaram mais de 40 mil pessoas às ruas de Barcelona. A força policial espanhola interveio e ao todo 125 pessoas ficaram feridas e 55 foram detidas.
Devido à repressão, as manifestações se radicalizaram com barricadas nas ruas e lixeiras queimadas. O governo espanhol, que hoje é formado por uma coalizão do Partido Socialista com outros partidos da direita espanhola, como o Partido Popular, de origem franquista, estuda aprofundar a repressão aos manifestantes, caso as mobilizações continuem.
O caso da Catalunha é mais uma demonstração da completa desagregação política do regime político tradicional do imperialismo na Europa e no mundo inteiro. A crise política, que é um reflexo da crise econômica do capitalismo, leva a um desmantelamento do controle político exercido pelo imperialismo até então, o que é expresso, por exemplo, entre outros fatores, no crescimento da extrema-direita e na polarização política cada vez maior, como ocorre na Catalunha onde a população sai às ruas para exigir o direito de independência da Espanha.
Com os prognósticos de aprofundamento ainda maior da crise econômica, a tendência é que se acentue ainda mais a crise política em todos os países, o que levará ao acirramento da luta de classes em escala global.





