Com uma breve caminhada pela cidade de São Paulo, é impossível não notar o aumento exponencial da quantidade de moradores. A cada esquina, você encontra facilmente uma pessoa deitada, quando muito, sobre um pedaço de papelão. Em baixo dos viadutos famílias inteiras, com crianças, bebês tentam fazer dos poucos pertences que lhe restam, um simulacro de casa. Muitos parecem que já estão ali a algum tempo, alguns é possível que são novos na área. A questão é: as ruas de São Paulo – umas das cidades mais ricas do Brasil – estão lotadas de pessoas na mais profunda situação degradante que um ser humano pode ser colocado.
Durante a pandemia, enquanto a esquerda repetia a campanha da burguesia “fique em casa” e fechavam sindicatos, pararam de se mobilizar, os trabalhadores foram descartados pelas fábricas, os que ficaram sem dinheiro para o aluguel fora jogados para as ruas e milhares de moradores de comunidades, de assentamentos foram despejados pelo força da polícia militar.
O resultado não poderia ser outro, o cenário do Brasil pós-golpe é pior do que um filme de terror de zumbis, é pior do que qualquer história de distopia, quase parece um país pós-guerra, pois não só mais as pessoas não recebem os devidos cuidados, como a cidade em muitos lugares, está cheia de lixo, de prédios públicos sem manutenção, um cenário arquitetado pelo descaso dos golpistas e do desvio do dinheiro da população para os grandes capitalistas.
Se não bastasse os golpistas lacaios do capital estrangeiro que estão impondo uma politica de terra arrasada no Brasil, temos a esquerda iludida e oportunista começando a sua campanha eleitoral. Agora a campanha do “fique em casa” não aparecerá mais em suas redes sociais, pois o “vale tudo” por votos tirará muitos de embaixo da cama e o colocarão nas ruas para disputar os votos dos trabalhadores anteriormente abandonados.
E essa disputa, em muitas campanhas, será a base da mais pura demagogia, de chavões bonitos e de promessas que nunca se realizarão, pois são apenas isso, promessas. Não trata-se de uma campanha com um programa político em prol da mobilização e da organização dos trabalhadores, são campanhas que refletem a completa adaptação da esquerda diante o golpe de Estado, diante a decadência capitalista.
Por isso, as candidaturas do Partido da Causa Operária são em torno do programa revolucionário do Partido e fazem um chamado para a luta contra o golpe, pelo fim do governo Bolsonaro e dos golpistas e por Lula candidato em 2022.