As eleições brasileiras, demagogicamente conhecidas como “a festa da democracia”, mostra que não passa de um verdadeiro circo, onde a burguesia faz os trabalhadores de palhaços. Não bastando ser o pleito mais antidemocrático da história recente do país, onde nada menos que 10 partidos, incluindo o Partido da Causa Operária (PCO), ficarão sem tempo algum de propaganda na televisão e no rádio, nada menos que 45 candidatos apresentam o nome “Bolsonaro”.
Apesar da família do presidente ilegítimo ser um tanto grande, a quase totalidade dos candidatos adotou o sobrenome do fascista-chefe como oportunismo barato. Isto só mostra o oportunismo e o baixo nível em que os “craqueiros eleitorais” (viciados em eleições) estão dispostos a adotar em busca de votos.
Um caso bastante chamativo acontece em Angra dos Reis (RJ), onde Walderice Santos da Conceição, vulgo Wal do Açaí, investigada por supostamente ser funcionária fantasma do presidente fascista em período anterior, candidar-se-á pelo Republicanos como Wal Bolsonaro. Um total escárnio!
Este oportunismo rasteiro é incentivado, em grande medida, pelos próprios partidos, que dão espaço a figuras como estas, tudo para conseguir mais votos para suas legendas. A prática de colocar candidatos sem política alguma para fazer “graça” nas eleições já é algo comum nos partidos burgueses. A ideia é tentar capturar votos para as legendas e tentar alavancar vagas para seus caciques e subalternos destes nas casas legislativas.
Partidos de direita, como Patriota (dez), Republicanos (oito) e PSL (sete), lideram com folga a lista dos “bolsonaros”, mas outros partidos, também bastante direitistas como PP, PSC, MDB, PL, PTB, DC e PRTB também possuem seus “bolsonaros”. Até mesmo partidos que um dia, em passado bastante remoto, já se disseram de esquerda, como Cidadania (ex-PPS e, antes disso, PCB) e PSB, registraram candidatos em “homenagem” ao presidente ilegítimo.
O caso de Tiririca, deputado federal pelo Partido da República (PR), foi um dos casos mais latentes desta tática eleitoral. Em 2010, o humorista recebeu mais de 1,3 milhões de votos no estado de São Paulo, a quarta maior votação da história do Brasil para o legislativo federal. Com frases do tipo “pior que ‘tá, não fica”, Tiririca conseguiu não só o cargo para si, mas outras vagas na câmara federal para colegas de partido. O processo veio a se repetir mais duas vezes, em 2014 e 2018. O deputado, que se mostrava como uma pessoa “que veio de baixo” participou bovinamente do golpe de estado de 2016 e da votação da PEC dos gastos públicos, dois dos maiores crimes contra a classe trabalhadora no Brasil recente.
A candidatura de Tiririca e de outros, como estes que adotam o nome “Bolsonaro” mostra a grande farsa que são as eleições brasileiras. A burguesia aposta na despolitização do processo para conseguir cadeiras parlamentares para seus partidos completamente desprestigiados e sem votos. A cada eleição, encontram uma “nova onda” para “surfar” e esconder a podridão dos partidos burgueses e das fraudulentas eleições.