Durante o ato de abertura do 13º Congresso da Central Única dos Trabalhadores (Concut), quando foi anunciado o nome de Atnágoras Lopes, dirigente e ex-presidente da CSP-Conlutas, uma imensa vaia ecoou pelo plenário do Ginásio Poliesportivo Municipal Falcão, em Praia Grande (SP). Para quem não sabe, Lopes é sindicato da construção civil do Pará e do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU) e, portanto, um defensor da manutenção de Lula nas masmorras de Curitiba.
O auditório todo começou a vaiar Lopes e gritar “pelego” e, logo em seguida, veio o coro massivo de “Lula Livre”. Depois, no meio da cerimônia , quando citaram a CSP-Conlutas, novas vaias foram distribuídas. Isso porque, desde o início do golpe, o PSTU e sua central sindical de mentira (CSP-Conlutas) defenderam a prisão de Lula, o “Fora Dilma” além da intervenção imperialista na Venezuela, com o “Fora Maduro”.
Recentemente, resolução aprovada pelo 4º Congresso da Conlutas diz que “é tarefa exigir que todos os denunciados por corrupção sejam investigados e tenham julgamento regular”, somando-se aos objetivos da Lava Jato. Além disso, afirmaram: “Não nos somaremos à Campanha Lula Livre”.
Desta forma, fica claro que o PSTU se coloca em uma situação de aliança com a direita contra a campanha pela liberdade de Lula, em torno da manutenção do preso político na prisão.
Por isso que a reação do público, ao ouvir o nome da Conlutas, foi gritar “Lula Livre”, justamente para demonstrar repúdio à política do PSTU. Nem a Força Sindical, central sindical pelega criada pelos empresários da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), foi vaiada, pois de forma demagógica defenderam a liberdade de Lula.
Nesta questão, a Conlutas está à direita das próprias centrais patronais, o que revela o profundo fracasso da central sindical – uma vez que ela foi criada para, supostamente, ser uma alternativa à esquerda da CUT.
Fato é que a Conlutas nunca teve uma forte base operária e popular como a CUT e, portanto, nunca esteve vinculada aos verdadeiros interesses da classe trabalhadora, o que levou a central sindical a uma verdadeira degeneração política, que se refletiu em seu apoio ao golpe de Estado e à política pró-imperialista na América Latina e no mundo, defendendo diversos golpes de Estados pelo mundo afora.
O ocorrido durante o 13º Concut, a vaia à CSP-Conlutas/PSTU, revela a radicalização da base da CUT, que já não está mais disposta a aceitar alianças com aqueles que não querem a liberdade de Lula e lutar contra o governo Bolsonaro. O próprio presidente da central, Vagner Freitas, encerrou o primeiro dia de abertura com palavras de ordem pela liberdade do ex-presidente e contra Bolsonaro, expressando uma tendência geral à esquerda de toda a central sindical.