Este jornal e as publicações de esporte da Causa Operária TV e da imprensa do PCO vêm denunciando, há muito tempo, a campanha contra o futebol brasileiro colocada em marcha pelo imperialismo, como forma de desmoralizar o povo brasileiro naquilo que é uma das manifestações culturais genuínas da população. Acumulam-se ataques contra a Seleção Brasileira, contra os jogadores, contra os clubes – que agora querem transformar em empresas -, fazem propaganda de que os campeonatos e times europeus são melhores que os brasileiros e por aí vai.
A campanha é muito intensa e tem um objetivo econômico: ao convencer que o futebol brasileiro não tem qualidade, mais facilmente os monopólios imperialistas conseguem se apoderar do mercado de jogadores e torcedores brasileiros. Além disso, atacar um aspecto importante da formação da cultura nacional é uma condição para a dominação do povo brasileiro. É uma propaganda ideológica que serve para desmoralizar um sentimento nacional, que é o orgulho do brasileiro pelo seu futebol. É sempre bom destacar que nos países oprimidos, como é o caso do Brasil, o sentimento nacional tem um sentido progressista e muitas vezes até revolucionário.
No último período, vem ganhando destaque na imprensa golpista, sucursal da imprensa imperialista no País, a ideia de que o “Brasil não é mais o País do futebol”. A primeira a se manifestar nesse sentido foi a revista Veja, que publicou matéria distorcendo completamente o resultado e uma pesquisa feita pelo DataFolha sobre o tamanho das torcidas de cada time. Veja usou o índice de 22% dos entrevistados dizerem que não torcem para nenhum time para questionar se o Brasil era mesmo o País do futebol. Uma distorção completa, já que não precisa ser nenhum especialista para saber que 78% dos entrevistados torcem para algum time e, mais ainda, os que dizem não ter um time não necessariamente são avessos ao futebol. O único objetivo dessa conclusão forçada é fazer propaganda ideológica contra o futebol brasileiro.
Esta semana, a imprensa golpista deu destaque a outras manifestações sobre o Brasil não ser mais o país do futebol. Uma foi a entrevista do ex-jogador da seleção, Zé Carlos, para o Globo Esporte. O jogador fez algumas críticas, naturalmente confusas, sobre a estrutura atual do futebol brasileiro. Mas o destaque que a imprensa decidiu dar foi justamente para a afirmação do jogador dizendo que “ainda dizem que é o país do futebol. Não é mais”. O destaque a essa frase é parte da campanha a que nos referimos.
Outro que decidiu atacar foi o bolsonarista Décio Brasil, secretário especial de Esporte do Ministério da Cidadania. Segundo ele, em entrevista para a TV Brasil “o futebol brasileiro está na UTI, só esperando alguém tirar o tubo para ele morrer.” A imprensa fez questão de apresentar a declaração enfatizando a desmoralização do futebol, ainda que a própria fala do secretário não seja uma crítica ao futebol em si.
Tudo isso é parte de uma campanha articulada contra o futebol brasileiro. Não há coincidências. Há uma política clara para a conquista do mercado brasileiro, principalmente no momento de crise dos monopólios europeus.