Há exatos 18 anos, o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, declarou a chamada “Guerra ao Terror”, uma série de operações de cunho militar e político em diversos países do mundo, logo após os ataques de aviões às Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova Iorque, que foram reduzidas a escombros em 11 de Setembro de 2001. Os atentados foram utilizados como uma desculpa para inúmeras intervenções militares, invasões e golpes em países mais pobres e atrasados, causando destruição, inúmeras mortes e mantendo as populações sob o domínio da política dos norte-americanos.
Esta nova etapa, de uma série de campanhas militares levadas pelos norte-americano, se iniciaram em 2003, com a invasão do Iraque. A justificativa para a intervenção havia sido a existência de um “programa secreto que desenvolvia armas de destruição em massa”, em colaboração com a Al-Qaeda, o que não foi comprovado e serviu apenas para estabelecer uma guerra civil e colocar o país à beira do colapso. Outras invasões ocorreram ao longo dessas quase duas décadas de operações no Afeganistão, no Paquistão, na Síria e no Líbano.
O problema é que as intervenções militares não se reduzem apenas às guerras e ofensivas destrutivas, elas ocorrem também em níveis menos agressivos, como no uso de tropas de assalto em operações especiais de “combate ao terrorismo”; na espionagem constante de movimentações de grupos opositores; no fornecimento de treino, consultoria e assistência a militares que fazem parte das forças armadas oficiais locais; na perseguição política de líderes populares e no uso de suas mais de 800 bases espalhadas ao redor do mundo; dentre outras medidas que geram uma extensa lista de vítimas: Iêmen, Tunísia, Somália, Mali, Kênia, Níger, Nigéria, Djibouti, Filipinas e vários outros países ainda sofrem com estas ações. E se levarmos em conta ainda as ameaças de intervenção que recentemente foram declaradas abertamente e noticiadas na imprensa mundial, podemos colocar Irã, Venezuela e Coreia do Norte como potenciais alvos em um futuro próximo.
Graças à decadência do sistema capitalista, os EUA não conseguem limitar sua política repressiva somente no interior das suas fronteiras: eles precisam intervir diretamente nos demais países para manter o controle da política e da economia mundial, em que a chamada “Guerra ao Terror” é apenas mais um capítulo na histórica campanha imperialista, que gera resultados infrutíferos ao redor do mundo. É importante lembrar também que as ações dos EUA geram gastos astronômicos no orçamento de defesa, represálias diplomáticas e crises internas da população norte-americana, que envia seus familiares para servir nas tropas imperialistas e morrer na guerra, para servir aos interesses da burguesia.