Desde o começo da pandemia do coronavírus no Brasil, a burguesia tem utilizado a presente situação como pretexto para avançar com absolutamente todos os seus ataques contra a população. Desde a reabertura do comércio até a retirada de direitos fundamentais, a classe operária brasileira, como de praxe, não teve um segundo de descanso. Como já sabemos, com a juventude não seria diferente.
Assim que foi declarada a suspensão das aulas presenciais, a direita golpista começou a flertar com a ideia da instituição de aulas virtuais, o chamado EAD. Deve ficar claro que não passa de um antigo projeto da burguesia para privatizar e precarizar a educação pública, sendo aprovado e posto em prática exatamente quando o movimento estudantil se encontra em um de seus estágios mais desmobilizados e capituladores. Além disso, como se o sucateamento do ensino público não bastasse, os estudantes precisam se preocupar constantemente com a volta às aulas presenciais, que já prevê a morte generalizada da juventude e da classe operária como um todo.
Todavia, há pouco mais de um mês, o Ministério da Educação declarou que, para 2021, será feito um corte de R$4,2 bilhões em seu orçamento. Ou seja, está em marcha um claro processo de privatização da educação pública brasileira, no sentido de que primeiro, querem sucatear absolutamente todos os aspectos do serviço para que, posteriormente, consigam vender as escolas, universidades e institutos a preço de banana para os grande monopólios da educação.
Na UFRJ, este corte representa uma diminuição de mais de 70 milhões de reais na verba da universidade que já vem sendo sucateada há algum tempo. Com isso, o DCE Mário Prata tirou o dia 23/09 como sendo dia de luta contra os cortes na educação. Os companheiros do Diretório Central dos Estudantes da UFRJ estão convocando todos os estudantes e expoentes da esquerda a se manifestarem contra as medidas autoritárias do governo genocida e, finalmente, pelo Fora Bolsonaro.
Por mais que seja imprescindível lutar contra os cortes programados pela administração de Guedes, não podemos esquecer o que nos aguarda em poucas semanas. Em breve, as aulas presenciais retornarão e, como já foi dito, representarão um genocídio completo da população. Nesse sentido, se mostra completamente essencial lutar contra essa medida e, além disso, contra o próprio EAD, artifício utilizado para viabilizar a volta às aulas presenciais.
A iniciativa tomada pelos companheiros da UFRJ deve ser saudada e tida como exemplo para o movimento estudantil brasileiro que, atualmente, encontra-se em um período de extremo refluxo. Os estudantes e a juventude precisam ir às ruas para defender os seus direitos e garantir que os ataques de Bolsonaro contra a educação e contra a juventude parem.
Historicamente, é a juventude quem toma a frente da mobilização popular e, neste momento, não pode ser diferente. Nesse sentido, a Aliança da Juventude Revolucionária e os Comitês de Luta Estudantil convocam todos os companheiros ao ato do dia 23. É preciso fazer dessa manifestação uma verdadeira demonstração da luta pelo Fora Bolsonaro. Finalmente, a única forma de garantirmos a saída de Bolsonaro é por meio da mobilização popular. É preciso tomar as ruas e expulsar os golpistas do poder!