Segundo a Agência Italiana de Notícias, mais um clube italiano foi comprado por grupo empresarial norte-americano. A partir da última sexta-feira (18), o Parma, time emiliano, teve suas ações adquiridas pelo grupo Krause, liderado pelo magnata Kyle Krause e sua família.
O grupo que tem receita registrada de aproximadamente 2,8 bi no ano passado, por controlar principalmente mais 400 lojas de conveniência Kum & Go, do centro-oeste norte-americano, além de atuar no Piemonte italiano, detendo vinícolas como Vietti e Enrico Serafino, resort e hotel cinco estrelas na região, agora concretiza mais um sonho “na terra de seus antepassados”.
A venda de 90% das ações do Parma e de 99% da Progetto Stadio Parma, empresa criada para gerir a revitalização do estádio Ennio Tardini, à Kraus, vem da empresa Nuovo inizio, formada por um grupo de empresários da cidade, que detinha maioria da ações. Segundo, Marco Ferrari, presidente do grupo, “assim que o Parma regressou à série A, a Nuovo Inizio assumiu o compromisso de encontrar um novo acionista que tivesse solidez, paixão e capacidade para garantir um futuro de paz. A assinatura de hoje conclui essa missão”
Está claro a intenção por trás dessa assinatura. É mais uma grande movimentação em direção à “modernização” do futebol, pela transformação do futebol em um punhado de “clube-empresa”, bem como do monopólio da região pela Krause.
A transformação do futebol em mera mercadoria, relega clubes locais e mais próximos das comunidades em que estão inseridos, a um segundo plano. Além disso, a “modernização” é a elitização do esporte e dos espaços em que ele acontece, como estádios, ginásios, clubes, bairros e cidades. Excluindo o próprio povo que originou, fundou e deu motivo para o sucesso do clube desses espaços, seja pela gigantesca especulação nos preços de ingressos, ou até na deformação da identidade do time e a relação desse com o povo.
Na Itália, além do Parma, já são quatro times da Série A controlados por grupos norte-americanos, como o caso do Milan, do Roma e Fiorentina. Já o Bologna, também na mesma situação, controlado por um grupo canadense.
Nesse sentido, o avanço do monopólio norte-americano sob numerosos clubes pelo mundo, mostra o avanço do imperialismo sob o esporte. O intuito é de transformar não somente em um ramo altamente lucrativo em escala global, mas principalmente em controlar a expressão dos povo, comprando seus espaços e seus meios de expressão. Dessa forma é necessário total oposição ao chamado “futebol moderno”, por abaixo o conceito de time-empresa, por abaixo o avanço imperialista sob os povos.