Depois de uma boa campanha para erradicar a fome de tantos brasileiros vivendo na linha da pobreza sem ter que comer, o País tem hoje cerca de 85 milhões de pessoas em condições de insuficiência alimentar, segundo pesquisa do próprio IBGE. (leia à respeito nessa edição).
Em contrapartida ao mapa da fome, vivendo em um mundo completamente diferente, estão os bilionários brasileiros. Esse horizonte é explorado pela revista Forbes, que, no final de 2019, divulgou um índice que demonstra que a soma das 10 maiores fortunas do Brasil saltou de R$400,08 bilhões para R$ 408,72 bilhões. E que, se forem somadas a fortuna dos 58 bilionários brasileiros, chega-se à casa dos R$680 bilhões.
Como parâmetro, para que possamos ter uma ideia do que representa isso, o rendimento mensal desses 58 bilionários equivale a 33 vezes o ganho obtido por 50% dos mais pobres, ou seja, cerca de 105 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No atual panorama, onde, além da fome, também existe pandemia para piorar as coisas, esses bilionários não têm a mesma sina que os milhões que passam fome no Brasil, e podem pensar em saídas estratégicas do ambiente carregado pelo contágio do coronavírus, e buscar refúgios em condomínios, chácaras, sítios, etc, que lhes deem uma “vida mais saudável”.
A própria Forbes publicou, no dia 19 passado, matéria intitulada “Pandemia acelera procura por imóveis de luxo no campo e na praia”, na qual revela que o mercado imobiliário traz essa tendência, e que, em média, esses imóveis custam entre 7 e 10 milhões de reais.
Essa situação expressa o que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assinalou em seu pronunciamento no último dia 7 de setembro, citando uma famosa frase do escritor Victor Hugo: “É do inferno dos pobres que é feito o paraíso dos ricos”.