Na última segunda-feira (12), foi publicado o edital do Banco do Brasil para seleção de filmes que serão financiados pela instituição de acordo as leis de incentivo a produções audiovisuais. Já no formulário de inscrição do concurso, destacam-se alguns campos de preenchimento quando perguntam “se serão exibidas cenas de nudez ou de sexo explícito”, se “a obra faz referência a crimes, drogas, prostituição ou pedofilia” ou se a obra teria “cunho religioso ou político”.
O edital do concurso informa que não será selecionada qualquer obra que “incentive o uso de bebidas alcoólicas, cigarro ou outras drogas”, “possua caráter religioso ou promovido por entidade religiosa” e que “tenha cunho político-eleitoral-partidário”. Ou seja, estarão previamente eliminadas obras que façam referência aos temas citados no edital lançado.
Censura
O fato é que os requisitos desse edital mostram claramente a política de censura à arte imposta pelo governo autoritário do golpista Jair Bolsonaro. Ao proibir qualquer tipo de referência aos temas citados, o governo procura acabar com a liberdade de expressão dos artistas, além de impedir denúncias e debates sociais de interesse popular. É preciso saber que o Estado não pode impor nenhum critério para a produção artística ou qualquer tipo de barreira para a liberdade de expressão de qualquer cidadão.
A censura à liberdade de expressão é prática recorrente do governo golpista, visto que é um governo completamente frágil e impopular. Em várias declarações, Bolsonaro tenta nos convencer de que os valores defendidos pelo governo são os valores da maioria da população, o que é uma grande mentira. O próprio governo sabe de sua impopularidade e por isso não quer entrar em discussão sobre temas considerados polêmicos, algo que sempre rende duras críticas.
Bolsonaro, o inimigo da cultura
Não é a primeira vez que Bolsonaro ataca a cultura por meio da censura. Em abril, Bolsonaro ordenou que fosse retirado de circulação um comercial do Banco do Brasil (BB), e demitiu o diretor de marketing do BB. A propaganda era feita por atores e atrizes negras e uma transexual. Mais da metade da população brasileira é negra e isso demostra mais uma vez que Bolsonaro é impopular.
No mês passado, em outra ocasião, fez duras críticas à Ancine (Agência Nacional de Cinema) ameaçando fechá-la se não estivesse à serviço dos golpistas. Esses fatos reafirmam a impopularidade do governo e a necessidade de impor suas medidas à força, pois é inimigo da cultura nacional.
Os trabalhadores precisam denunciar a caça do governo Bolsonaro a toda liberdade expressão. A oposição de todos os trabalhadores está crescendo e a pressão contra o governo Bolsonaro é gigantesca. O governo está cada vez mais acuado e precisa destruir as denúncias contra ele. É preciso uma grande mobilização dos trabalhadores pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas!