O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, quase sofreu um impeachment por causa de um acordo desfavorável com o Brasil relativo à represa de Itaipu. Na semana passada, partidos ameaçavam levar o pedido adiante, quando o golpista Jair Bolsonaro, colocado pela fraude de 2018 na presidência do Brasil, anulou o acordo para tentar atenuar a situação de seu aliado político.
Essa semana, no entanto, o acordo voltou a assombrar o governo paraguaio.
Mensagens divulgadas na imprensa de lá mostram que o advogado José Rodríguez, que dizia falar em nome do vice-presidente, tentou intermediar com o presidente da Administración Nacional de Electricidad (Ande) uma reunião com representantes de uma empresa brasileira, a Leros. A empresa brasileira era representada pelo empresário Alexandre Luiz Giordano, suplente do Major Olímpio no Senado. Rodríguez afirma nas mensagens que Giordano estaria agindo em nome da “família presidencial do país vizinho”.
Ou seja, o acordo fechado pelo governo brasileiro com o governo paraguaio estaria relacionado a interesses privados ligados à família de Bolsonaro. Nesse caso, não haverá forma de controlar o que a imprensa publica ou não sobre o caso no Paraguai, onde o caso está sendo acompanhado de perto e onde o presidente e contestado por setores da própria burguesia. De modo que mais dados comprometedores para Bolsonaro, o PSL e o governo podem vir a surgir como desdobramento desse escândalo de corrupção.
Esse caso poderia servir até mesmo para justificar um impeachment. Até agora, parece ser o acontecimento mais grave que poderia justificar essa saída institucional. Em qualquer caso, os trabalhadores não devem esperar por saídas institucionais para a crise. Todo motivo para que o governo termine imediatamente deve ser canalizado para a mobilização popular nas ruas, com a exigência de que o governo saia: fora Bolsonaro!