A investida imperialista contra a Venezuela ganha intensidade com turnê pela América do Sul do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo. De passagem pela Guiana, Pompeu afirmou em uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente Irfaan Ali, que o presidente da Venezuela tem que “ir embora”.
Segundo Pompeo, Madura teria “dizimado o povo da Venezuela” , alem de ser “traficante de drogas”. A visita do secretário norte-americano à América do Sul e o tom acusatório adotado vem na sequência de um relatório publicado por uma “missão independente” da Organização das Nações Unidas, no qual o presidente Nicolás Maduro é acusado de crimes contra a humanidade.
Em 2019, o procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, acusou formalmente o presidente da Venezuela de narcoterrorista, tráfico de armas e corrupção, sem no entanto apresentar quaisquer provas ou indícios que justifiquem tais acusações.
Ainda na Guiana, Pompeo celebrou acordo conjunto de patrulha marítima. Lembrando que Guiana e Venezuela mantém disputa territorial pelo Essequibo, território compreendido entre o rio Cuyuni e o rio Essequibo, que apresenta uma extensão territorial de 159.500 km².
Caracas classificou o relatório da ONU como “cheio de falsidades”. Em entrevista ao programa Correspondente Internacional da COTV, a advogada constitucionalista venezuelana, Ana Cristina Bracho, explicou que “o auto comissariado de direitos humanos da ONU tem produzido uma série de informes buscando demostrar a necessidade de aplicar sobre a Venezuela, os princípios de guerra preventiva…”, e que este método vem sendo praticado por anos. Para Bracho o atual relatório é apenas uma atualização destes informes.
Os novos ataques imperialistas visam articular os planos golpistas contra a Venezuela de fora do país, uma vez que aparentemente, a oposição interna não tem capacidade de derrubar Maduro, sendo assim necessário intervenção externa.
Antes de ir à Colômbia, outro país alinhado aos interesses golpistas dos EUA, o americano chegou ao Brasil, onde visita Roraima e falou sobre o caso dos imigrantes venezuelanos. O governo Bolsonaro já enviou militares para fazerem exercícios na Amazônia, um claro sinal de provocação ao país vizinho e total demonstração de subserviência aos interesses imperialistas.
A sequência de acontecimentos aqui narrados indica que os EUA já não acreditam em um golpe de Estado interno imediato na Venezuela e que podem estar preparando uma invasão direta, o que desencadearia uma guerra regional com resultados imprevisíveis, mas que gerariam uma profunda desestabilização de toda a América Latina. Diversas organizações sociais e comitês no Brasil divulgaram nota de repúdio a vinda do secretário americano e ao comportamento servil do governo brasileiro.