A sequencia de golpes de Estado a mando do imperialismo na América Latina continua seu curso para manter o regime político instaurado após a consolidação do golpe, e isso ocorre tanto no Brasil como também na Bolívia, onde a direita se articula para impedir que os governos golpeados voltem ao poder pelas vias democráticas das eleições. Na Bolívia, é grande a movimentação da direita para evitar que o MAS e Evo Morales voltem ao poder, mesmo essa sendo a vontade da grande maioria do povo boliviano.
Desde as primeiras pesquisas de intenções de voto para as eleições bolivianas tanto Luis Arce, candidato do MAS a presidência, quanto Evo Morales, ex presidente golpeado e que agora tenta voltar ao poder no senado, apareciam como favoritos nas pesquisas de intenções de voto, onde recentemente Arce estava quase conseguindo um percentual de vantagem para ser eleito até mesmo no primeiro turno das eleições.
Diante de momento tão desfavorável para a direita golpista, os ataques e as tentativas de impedir que o MAS voltasse ao poder começaram. Primeiro, o adiamento das eleições, que deveriam ocorrer já no primeiro semestre deste ano, mas com a pandemia do coronavírus utilizada como justificativa, ficaram marcadas primeiramente para setembro e agora mais uma vez adiadas para outubro. Além disso, assim como ocorre no Brasil, o judiciário boliviano é utilizado de forma arbitrária para impedir que Evo Morales possa se candidatar onde já foram iniciados vários processos contra o MAS, o próprio Evo Morales, como a acusação absurda de crimes contra a humanidade e também contra Luis Arce, uma clara tentativa de tirar quaisquer chances de que o partido possa participar democraticamente das eleições. Ainda dentro do âmbito eleitoral, a mais recente manobra da direita está na desistência da candidatura de Jeanine Añez, a atual presidente golpista do país. Añez afirmou que a retirada da sua candidatura seria uma forma de união da direita com outros setores de centro-direita, representados pela candidatura de Carlos Mesa, como uma frente contra o MAS e o “perigo” de que o partido possa voltar ao poder.
Outra forma de ataque contra Evo Morales e o MAS está na ampla propaganda da imprensa burguesa contra os movimentos sociais que apóiam o MAS, tachados como terroristas além da denúncia contra Evo de crimes contra a humanidade simplesmente por apoiar os protestos anti governo que estão acontecendo no país, uma coisa completamente fascista e mais uma ofensiva da direita contra os direitos democráticos do povo boliviano.
O governo golpista da Bolívia ataca os trabalhadores em diversas formas para impedir que a população consiga escolher aqueles que devem ocupar as cadeiras da presidência e do senado, uma forma fascista de continuar o golpe orquestrado pelo imperialismo que contou com a ajuda de vários outros agentes dessa política na América Latina.
Fica claro que após o golpe consolidado, a direita irá de todas as formas impedir que o governo deposto volte ao poder pelas vias democráticas, ainda mais se não houver mobilizações populares para isso, e esse é o caso não só da Bolívia, mas também do Brasil.
Assim como na Bolívia os trabalhadores tem saído às ruas contra o governo golpista e demonstra claramente que não pretende mantê-lo nos próximos anos, é necessário uma mobilização em torno das eleições brasileiras pelo Fora Bolsonaro, por eleições gerais e com Lula candidato. Somente os trabalhadores mobilizados podem vencer as ofensivas da direita contra os direitos dos trabalhadores.