Nesta semana, o Governo do Estado do Amazonas realizou cerimônia oficial de entrega de equipamentos e armamento aos órgãos de Segurança Pública do Estado. O governador Wilson Lima afirmou que a chegada dos equipamentos foi o resultado de esforços conjuntos do Governo do Estado do Amazonas e Governo Federal.
Na ocasião da solenidade, o governador foi duramente criticado por Ubirajara Rosses, Tenente-coronel da Polícia Militar do Amazonas. Em vídeo postado nas redes sociais do policial, o governador é acusado de se autopromover às custas de ação do Governo Federal, que enviou excedente de armamentos, oriundos do estoque de equipamento comprado para atuação das forças de segurança nas Olimpíadas de 2016. Os equipamentos enviados ao Amazonas foram os armamentos utilizados pelos policiais amazonenses que atuaram no policiamento das Olimpíadas.
A direita em conflito no Estado do Amazonas
Esse desentendimento entre o Tenente-coronel Ubirajara Rosses e o Governador Wilson Lima demonstra que até entre a base de apoio ao governo fascista de Bolsonaro existem “rachas”.
Ubirajara Rosses é ex-presidente estadual do PSL no Estado do Amazonas, ex-partido de Bolsonaro, e participa de diversas manifestações de apoio ao governo fascista. Hoje atua mais como um agitador político do que como oficial da Polícia Militar, promovendo manifestações e atos de apoio a Bolsonaro durante todo o período da crise vivida pelo estado do Amazonas durante a pandemia de COVID-19 e declarando apoio ao ex-filiado principal de sua legenda de aluguel nas redes sociais.
Em abril deste ano, sua prisão preventiva foi solicitada pelo próprio comando da Polícia Militar, alegando insubordinação. Ubirajara alega que o processo foi instaurado em retaliação às críticas públicas que ele apresenta sobre o governo de Wilson Lima.
De seu lado o governador Wilson Lima, filiado ao PSC (partido da bancada evangélica e da base de apoio de Bolsonaro), deseja entrar nas graças do governo federal, e melhorar sua imagem, para tentar sobreviver à onda de escândalos que varre sua administração, o governador sofreu processo de impeachment que foi arquivado pela Câmara de Deputados do Amazonas e recentemente teve seus bens bloqueados em investigação sobre fraudes na Secretaria de Saúde envolvendo compras superfaturadas de material e equipamentos para combate a pandemia.
São esses personagens que protagonizam o teatro da briga pelo poder, enquanto os cidadãos do Estados morrem em virtude da COVID-19, as florestas são queimadas e existe uma escalada de conflitos na fronteira, estimulados pelo desejo do governo e da ala de militares de criar um incidente com a Venezuela.
A situação amazônica e a ameaça imperialista à Venezuela
Não é de hoje que o governo Bolsonaro estimula a instabilidade na região amazônica e utiliza isso como desculpa para envio de armamentos e forças militares à região. Os políticos da região simulam desentendimentos, que não passam de manobras para encobrir o apoio às movimentações do governo federal dominado por fascistas.
O governador Wilson Lima, envolvido em esquemas de corrupção e escândalos políticos, é subserviente a vontade de Bolsonaro e dos interesses imperialistas que ele representa, fechando os olhos a instabilidade fabricada na região.
O Amazonas não precisa de mais armamentos, nem de maior concentração de forças militares na região. O Amazonas precisa que os aproveitadores que se instalaram em todas as esferas da administração pública sejam expurgados, que a corja de grileiros, madeireiras e garimpos ilegais, além dos latifundiários que depredam os recursos da população indenizem o povo. Necessita de alimentos, medicamentos, equipamentos, profissionais de saúde e recursos para atender a população durante a crise de saúde que o mundo vive.
O PCO convoca toda população a se levantar contra as manobras militares e movimentos criminosos que geram instabilidade na região amazônica e denunciar os crimes perpetrados pelos golpistas a serviço do imperialismo!