Toda mentira tem perna curta e, na história, quem toma o poder tem o direito de invetar tudo para difamar o inimigo. Passados 86 anos do incêndio ao Parlamento alemão (Reichstag) de 1933, logo após a vitória de Hitler nas eleições, ex-oficial nazista, em depoimento, lança dúvidas sobre a versão nazista de que os comunistas teriam sido os responsáveis pelo incidente. Já não restam mais dúvidas, portanto, que Hitler utilizou desse estratagema para reprimir toda a esquerda e se consolidar no poder.
Naquele momento, o Partido Nazista utilizou o evento para impor um decreto de emergência e reprimir os comunistas – supostos responsáveis – pelo ataque ao Parlamento alemão. O caso foi revelado na última sexta-feira (26) pela imprensa alemã, que teve acesso à uma declaração juramentada em 1955, recém descoberta nos arquivos de um tribunal de Hannover. De acordo com o relato documentado, Hans-Martin Lennings, à época ex-membro da força paramilitar nazista Sturmabteilung (SA), afirmou ter levado o holandês comunista Marinus Van der Lubbe até o Reichstag na noite do incêndio. Ainda de acordo com o relato, Van der Lubbe teria chegado depois que o incêndio já havia começado. Mais tarde, Van der Lubbe seria executado após admitir que teria provocado o incêndio sozinho.
De acordo com o depoimento de Lennings, ex-oficial da força paramilitar e amigo de Van de Lubbe: “Estávamos convencidos de que Van der Lubbe não poderia ter sido o incendiário, porque, de acordo com a nossa observação, o Reichstag já estava pegando fogo quando o deixamos lá”. Lennings, não obstante, alegara que ele e outras testemunhas foram detidas e forçadas a assinar um documento negando qualquer conhecimento sobre o incidente. Por conseguinte, quase todos eles foram executados. Ademais, segundo Lennings, ele mesmo teria sido previamente alertado e, por isso, conseguiu fugir para a antiga Tchecoslováquia.
Essas revelações confirmam que todo o mito nazista, de que foram os comunistas que incendiaram o prédio do parlamento, foi fruto de uma intensa propaganda nazista. Sabe-se, todavia, que pelo menos há uma dúvida sobre quem incendiou, e que tudo isso foi utilizado para iniciar uma ferrenha perseguição à esquerda, – principalmente os comunistas.



