O fascista Bolsonaro tem uma predileção especial em tirar chacota da população brasileira. Em entrevista a jornalistas estrangeiros, em café da manhã ocorrido nessa última sexta-feira, afirmou que “Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira. Passa-se mal, não come bem. Aí eu concordo. Agora passar fome, não. Você não vê gente pobre pelas ruas com físico esquelético como a gente vê em alguns outros países por aí pelo mundo”.
O acinte do presidente contra o povo só pode partir de uma pessoa que tem plena consciência que a sua política, a política do golpe de Estado, tem como fim último promover a aniquilação de uma parcela expressiva da população do país. Por isso mentir, mil vezes mentir. Isso é o fascismo. Essa, também, era a tática de Hitler para encobrir as barbáries impostas aos judeus nos campos de concentração.
Já antes de 2016, mesmo com a política assistencial dos governos do PT – que, diga-se de passagem, foram extremamente limitadas -, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2013, 3,6% dos brasileiros tinham “insegurança alimentar grave”, o que correspondia, à época, a 7,2 milhões de pessoas. De acordo com os critérios do Instituto, famílias nessa situação podem “passar pela privação de alimentos, podendo chegar à sua expressão mais grave, a fome”.
Desde então, não foi feita mais nenhum pesquisa de aferição da fome no Brasil. Como se trata de tempos de golpe, não seria mera coincidência a inexistência ou a não publicação de pesquisas sobre o tema, mas em 2017, o número de pobres no País atingiu 54,8 milhões de pessoas (26,5% da população) contra 52,8 milhões (25,7%) em 2013, segundo o mesmo Instituto.
Recentemente, a presidenta do Sindicato dos Professores Estadual de São Paulo (APEOESP), Maria Isabel Noronha, declarou que os professores aproveitam a presença das crianças nas escolas para ministrar aulas, porque grande parte delas dependem da merenda escolar para se alimentar. Essa é a realidade do país. É o Brasil da fome em meio a uma grande riqueza roubada do povo e que vai parar totalmente nas mãos dos grandes capitalistas.
Não apenas há fome no Brasil, como o quadro de miséria a partir do golpe de 2016 avança em uma velocidade vertiginosa. Pouco importa que não sejam publicadas novas pesquisas. Basta ver a devastação que o golpe está promovendo no país. Os já limitados programas assistenciais estão em extinção (Bolsa-Família, Fome Zero, Mais Médicos, entre muitos outros), o desemprego já atinge mais de 13 milhões de brasileiros, a população fora do mercado de trabalho supera os 60 milhões de brasileiros.
O governo do golpe, é o governo da mentira, da perfídia, que nesses sete meses teve como única ação, sempre, no dia a dia, uma nova medida para atacar o povo trabalhador brasileiro. O golpe não tem limites. A depender do governo de extrema-direita de Bolsonaro, o Brasil será a África do século XXI, onde campeia a fome, a miséria e o desespero.
No Brasil só há uma saída progressista: a luta aberta contra o golpe e contra o seu representante de plantão, o governo Bolsonaro. Não lutar para por abaixo esse governo de fome e miséria é uma contemporização com a destruição do país e o aniquilamento do seu povo.