Foi anunciado, no início deste mês, o fechamento da planta da empresa norte-americana Latapack-Ball, em Simões Filho (BA) e a notícia, como não poderia deixar de ser, foi um golpe para os trabalhadores. Eles continuam sem informações sobre os prazos e os termos das demissões e o Sindicato dos Metalúrgicos de Simões Filho, controlados pela pelega, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), tenta dialogar com a empresa, que se nega ao dialogo.
A empresa disse apenas que a decisão foi tomada “em virtude de reorganização operacional necessária na região“, e que, segundo a empresa, ao todo, “25% dos colaboradores da planta receberam proposta de transferência para trabalhar em outra localidade da empresa no Brasil”.
“De acordo com as primeiras informações obtidas, a Latapack-Ball pretende manter o emprego somente dos cipeiros e daqueles que estão prestes a se aposentar. A empresa manteria esses profissionais até outubro, com o propósito de desmontar o maquinário, que será enviado a outro país”, informou a Fitmetal (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil), em nota assinada pela diretoria executiva.
Vale ressaltar que, já no dia 10 de outubro de 2018, a decisão inicial resultou na demissão de 47 funcionários e o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade buscou dialogar com a direção da multinacional para tentar minimizar os impactos da medida. Vemos agora de que adianta o dialogo dos trabalhadores, sem força de uma central sindical verdadeira, como é a CUT, para com os patrões. Não vale de nada!
Na realidade, essa manobra de transferência da empresa, não coloca nos seus cálculos as vidas dos operários, pois, para os capitalistas o que interessa é o lucro. A política golpista imposta ao Brasil após 2016, vem retirando capitais do país, em uma grande campanha de atacar o PT – assim, os trabalhadores de conjunto -, e, como parte importante dessa, atacam o nordete e o nordeste. Nas regiões onde há a maior miséria do país, onde o PT buscou investir para mudar a realidade do povo, agora, é onde os capitalistas voltam a fazer o que fizeram anteriormente nos governos abertamente neoliberais.
A política correta seria tomar a fábrica, ocupar e colocar a produção nas mãos dos operários, das famílias que agora serão jogadas nas ruas.
Leia a Nota Oficial completa da Fitmetal:
A Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (FITMETAL) vem a público para manifestar sua solidariedade aos trabalhadores/as da empresa Latapack-Ball, localizada na cidade de Simões Filho, na Bahia, que anunciou nesta segunda-feira (1º) o fim de suas atividades.
Ao mesmo tempo em que se solidariza à categoria, a FITMETAL também denuncia a postura da empresa, que se nega a dialogar com o Sindicato dos Metalúrgicos de Simões Filho para tratar da rescisão que será paga a seus funcionários/as, bem como até quando as instalações seguirão funcionando.
De acordo com as primeiras informações obtidas, a Latapack-Ball pretende manter o emprego somente dos cipeiros e daqueles que estão prestes a se aposentar. A empresa manteria esses profissionais até outubro, com o propósito de desmontar o maquinário, que será enviado a outro país.
A Latapack-Ball é uma Joint Venture entre o Grupo PIN (Latapack S/A) e a norte-americana Ball Corporation, tradicional fabricante de embalagens desde 1880 e líder do mercado norte-americano em latas de alumínio para bebidas. A empresa nasceu com a fábrica de latas de Jacareí (SP), inaugurada em fevereiro de 1997, num terreno de 135 mil m², sendo mais de 40 mil m² de área construída. Atualmente essa planta produz latas 350ml, 473ml e 500ml. A planta de tampas entrou em produção meses depois, em agosto de 1997, em Simões Filho (BA).
A FITMETAL se coloca à disposição da categoria e do Sindicato dos Metalúrgicos de Simões Filho para tentar minimizar os efeitos das demissões, assim como para acompanhar todo o processo de pagamento de rescisões dos funcionários da empresa.
São Paulo, 2 de julho de 2019″