A esquerda burguesa e pequeno-burguesa não querem, de jeito nenhum, levantar o Fora Bolsonaro. Fazem todas as manobras possíveis para evitar essa palavra de ordem.
Desde as lideranças institucionais do PT até setores mais irrelevantes politicamente e isolados das massas, como o PSTU, passando pelo Psol, PCdoB, alguns movimentos sociais que estão sob suas influências, ninguém leva a sério a reivindicação popular, que aumenta a cada dia.
Essa esquerda tem motivos variados para silenciar tal chamado. Pode ser por “rabo preso” com políticos e partidos de direita, pode ser por temor de perder privilégios burocráticos como são os cargos estatais que ocupam, pode ser por um pensamento idealista e pequeno-burguês. Mas, no final das contas, o resultado é o mesmo: na prática, acabam sustentando o governo em frangalhos de um presidente fascista, que está destruindo a economia nacional e todos os direitos democráticos do povo.
A esquerda, de modo geral, recusa-se a dar um passo a frente e a enxergar a realidade. Ou se derruba Bolsonaro, ou os golpistas ganham força para aumentarem os ataques devastadores contra a população, e a esquerda (seja ela “radical” ou moderada) é um dos alvos principais. Com a polarização política e a intensa crise do regime, a luta de classes torna-se cada vez mais uma luta de vida ou morte política.
O povo já clama pelo Fora Bolsonaro. A esquerda desvia esse foco para lutas parciais, como pela educação, ou no máximo para “deter” (prender?) Bolsonaro, como disse um dos dirigentes da esquerda pequeno-burguesa mais sectária, Valério Arcary.
Os partidos que realmente lutam contra o golpe, a direita e o fascismo, bem como os movimentos populares diretamente ligados aos setores mais oprimidos e politizados da população (CUT, MST, UNE) devem entender que há muito tempo está na hora de pedir e de lutar concretamente pela derrubada do governo. É preciso levantar a cortina de silêncio em torno do Fora Bolsonaro e espalhar cartazes, entregar panfletos, realizar cada vez mais manifestações, organizar a greve geral de 14 de junho e estabelecer um plano real de lutas com a política clara do Fora Bolsonaro!