Mais de 1 milhão de pessoas responderam ao chamado à mobilização e saíram às ruas em todo o País, nesta quarta-feira (15), Greve Nacional da Educação, contra a destruição da educação promovida pelo governo ilegítimo e reacionário do fascista Jair Bolsonaro. Todavia, somaram-se aos professores, estudantes e a juventude em geral em luta contra o governo, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), sindicatos das mais diversas categorias, os partidos da esquerda e os movimentos sociais, além de um grande número de trabalhadores das mais diversas áreas, constituindo assim uma grande frente única real.
Por conseguinte, o conteúdo político da manifestação ultrapassou largamente o limitado escopo reivindicativo a que se propunha a mobilização inicialmente, quando do seu chamamento, ou seja, uma mobilização contra uma medida determinada do governo no sentido de revertê-la. A mobilização unificou-se naturalmente e pela base, não somente contra uma medida determinada, mas contra o governo de conjunto, pelo Fora Bolsonaro, que pode ser ouvido nas mais de 200 manifestações que ocorreram de norte a sul do Brasil.
Esse fato que mostrou claramente, primeiro: que a derrubada do governo é um anseio das massas populares, de milhões de cidadãos que não podem conviver com este governo de malucos extremamente perigoso e nocivo ao bem estar do país e de seus cidadãos. Em segundo lugar, mostrou a maturidade da mobilização, do ponto de vista da compreensão da situação política, que passou por cima da política confusa, vacilante, conciliatória, eleitoreira e mesmo colaboracionista com o bolsonarismo que setores da esquerda levam adiante. Terceiro, que só pode haver unidade contra o governo com o povo nas ruas e levando a às últimas consequências a vontade popular e não com os políticos e partidos tradicionais da burguesia nos salões.
Para as direções da esquerda, a mobilização demonstrou que sua política parlamentar, eleitoral, confusa, legalista etc. – excetuando o Partido da Causa Operária (PCO), que defendeu o fora Bolsonaro antes mesmo do resultado da fraude eleitoral no ano passado e algumas outras organizações menores que adotaram essa política – está completamente atrasada e desvinculada do anseio popular, tornaram-se a retaguarda das massas. Nos atos, concitada pelo clamor popular contra o governo, de maneira mais ou menos acanhada muitas direções da esquerda gritaram ou ensaiaram o grito de fora Bolsonaro, é preciso perder a timidez e ouvir o clamor das ruas e levar à frente essa política.
Porém, estamos caminhando apressadamente para uma maior polarização, para uma situação de uma dualidade básica e esclarecedora das forças em luta: o povo, que representa o progresso social e econômico da nação, contra eles, o governo, o bolsonarismo e toda a burguesia golpista que o sustem, que são a reação obscurantista e selvagem dos opressores do povo e inimigos do país. A situação forçará a unificação com um ou com o outro campo. Até esse momento toda tentativa da parte da esquerda de dissimular esta verdade em nome da democracia, do Estado de direitos ou seja lá o que for tem de ser considerado pelos elementos mais conscientes como traição a causa popular.