Não existe liberdade de imprensa sob os monopólios capitalistas das comunicações. A Rede TV acabou de demonstrar na prática essa realidade ao censurar a entrevista que ela mesma gravou. Kennedy Alencar entrevistou o ex-presidente Lula, mas a Rede TV não vai colocar no ar.
A relevância da entrevista para o público é óbvia. No mínimo os 40% de eleitores que Lula teria em uma eleição, na pior das hipóteses, se interessariam em assistir à entrevista. Fora esse público, certamente outros públicos se interessariam. A Rede TV usa uma concessão pública de sinal de TV para sonegar informação da população, fazendo uso político de sua concessão. É sempre assim que eles agem, como se fossem donos do ar. É pior do que privatizar a rua.
Por isso, para que haja liberdade de imprensa, todas as emissoras devem ser expropriadas sem indenização, seja a Rede TV, a Globo ou qualquer outra, e as concessões públicas de sinal de TV não podem ser tratadas como propriedade de ninguém. Isso é uma condição necessária para que se possa cogitar começar a falar em liberdade de imprensa. O resto é liberdade de meia dúzia de famílias manipularem o povo usando o monopólio que têm sobre concessões públicas. É o contrário da democracia. É uma ditadura de um punhado de inimigos do povo, a exemplo de Marcelo de Carvalho, dono da Rede TV (que inclusive faz campanha pela reforma da previdência, ou seja, para que você não se aposente antes da morte).