Aprovado em 1920, o Ato de Governo da Irlanda foi uma lei elaborada pelo parlamento do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda que fez da Irlanda do Norte uma entidade política separada no ano seguinte (1921) mais precisamente no dia 3 de Maio de 1921. A partição se deu entre o nordeste que são seis condados e os vinte e seis condados do sul, toda a ilha irlandesa passou a ser, provisoriamente, Estado Livre irlandês em 6 de dezembro de 1922.
Liderado por David Lloyd George, o governo imperialista britânico, temendo uma guerra civil entre Irlanda do Sul e Irlanda do Norte, aprovou esta lei que dividia os nacionalistas irlandeses que eram a favor de um parlamento autônomo para o governo da ilha e os unionistas (protestantes) que não queriam um governo autônomo. Em uma Palestra-Debate intitulada “100 anos do Levante da Páscoa” proferida pelo companheiro Rui Costa pimenta transmitida ao vivo em maio de 2016, ele afirma que após várias tentativas de insurreição em anos anteriores da independência do norte da Irlanda, o mais importante foi em 1916 em Dublin, que foi de um grupo de revolucionário nacionalistas irlandeses, aproximadamente 1.200 pessoas armadas participaram do Levante da Páscoa, os radicais aproveitaram o desgaste do governo britânico na Primeira Guerra Mundial e resolveram se organizar, esse levante durou 6 dias começou na segunda feira, 23 de abril de 1916 e foi até o dia 29.
Os revolucionários foram obrigados a se render diante das tropas dos governos ingleses e também da Irlanda com dezenas de soldados que esmagaram a revolução. Apesar de parecer um movimento isolado, ele tinha um fundo muito importante, pois vai estourar em anos posteriores e será decisivo para revolução proletária daquele país, o movimento parte de uma conexão profunda com a situação que vivia o país que era de muita pobreza. A classe média se opõe ao levante revolucionário por causa de suas ligações com os imperialistas ingleses. Mas a maioria da população era a favor dos insurgentes. Os ingleses passam então a fuzilar os dirigentes do levante, entre eles James Connoly, e 22 no total foram fuzilados, outros milhares foram internados.
Em 1918, após as eleições gerais, o partido revolucionário Sinn Féin passa a ter 80% do membros eleitos, e se torna a maioria no governo, recusando-se a tomar os seus lugares na Câmara do Comuns, no Reino Unido, e cria um parlamento irlandês chamado Dáil Éireann. Este emitiu, em 1919, uma declaração de independência e proclamou a República da Irlanda.
No fim de 1921 o governo britânico e delegados irlandeses negociaram o tratado Anglo-Irlandês em Londres. Esse tratado criou um estado independente irlandês e este novo estado deu opção que a Irlanda do Norte poderia escolher entre permanecer ou sair como parte integrante do Reino Unido. Sob pressão de Londres, “escolheu” permanecer. Os outros vinte e seis condados se tornaram então Irlanda do Sul, no âmbito da lei.