Bolsonaro é a continuação da política de ataques de FHC

Mais do mesmo. Assim pode ser definida a política de desmonte do País e ataques aos direitos democráticos e políticos, sociais e econômicos dos trabalhadores, impostos pelos governos neoliberais de Fernando Henrique Cardoso e Bolsonaro.

Depois de 8 anos de governo, FHC deixou o País em frangalhos. A fome era a moeda corrente do país. Regiões inteiras do país, principalmente no nordeste, tinham índices de mortalidade infantil comparáveis aos países mais devastados da África.

A crise era tão profunda que para evitar que ocorresse no Brasil revoltas sociais e políticas que ocorreram em diversos países da América Latina, como a Argentina, Venezuela e Bolívia, também vítimas da mesma política neoliberal, a grande burguesia nacional e o imperialismo permitiram a vitória eleitoral de Lula. Aliás, FHC só não saiu escorraçado do governo devido a política de conciliação da esquerda, principalmente do PT.

FHC fez o possível e o impossível para depenar o País em favor do imperialismo norte-americano, dos banqueiros e do grande capital. Entregou a quase totalidade das grandes empresas nacionais: Vale do Rio Doce, Sistema Telebrás, bancos estaduais, entre tantas outras. Apenas a Vale do Rio doce, foi vendida pelo milésima parte do seu valor real. Dados atuais dão conta que a atual Vale tem reservas minerais da ordem de 3 trilhões e foi “vendida” e ainda com dinheiro financiado pelo BNDES e com a aceitação das chamadas “moedas podres” – o valor do papel não correspondia ao valor real – por pouco mais de 3 bilhões. Um negócio para lá da China!

Bolsonaro está aí para dar continuidade a essa política de arrasa quarteirão. Tudo que FHC não fez por conta da própria crise em que se transformou seu governo, Bolsonaro e sua gangue de assaltantes, todos ligados a wall street, querem fazer.

FHC não conseguiu entregar a Amazônia, o Banco do Brasil, os Correios e a Petrobrás, Bolsonaro diz que vai fazer. A reforma da Previdência de FHC foi muito ruim para a população trabalhadora, Bolsonaro que fazer uma reforma que na prática impõe que o trabalhador morra sem se aposentar.

O governo FHC assassinou sem-terras, promoveu um brutal ataque aos trabalhadores da cidade, caçou o direito de greve. Bolsonaro acusa FHC de “comunista” e quer fazer muito mais, quer simplesmente destruir as organizações dos trabalhadores.

As semelhanças não param por aí. O governo FHC também foi produto de uma fraude, aliás, várias fraudes. Tivemos a fraude de Collor de Mello para impedir a vitória de Lula. Tivemos a fraude do impeachment de Collor de Mello, para permitir que o grande capital de rearticulasse e pudesse fraudar as eleições seguintes com um candidato seu, também contra Lula. Tivemos, enfim, a fraude do plano Real, talvez só superada pela fraude do golpe de 2016, para permitir a vitória de FHC e a destruição do país, também contra Lula.

Bolsonaro em si já é uma fraude. Mas a fraude não começou com ele. A fraude começou com o impeachment de Dilma Roussef em uma das campanhas mais sórdidas feitas pelo imperialismo e a grande burguesia nacional contra o PT, Dilma, Lula e outros dirigentes do partido. Tivemos a fraude da campanha de perseguição e posterior prisão de Lula. Finalmente a fraude se consumou com a exclusão de Lula das eleições e a imposição do candidato fraude da extrema-direita, Jair Messias Bolsonaro.

Essa é a burguesia e o seu Estado. Para garantir a sua sobrevida, pois é um sistema para lá de caduco, não se importa em transformar a esmagadora maioria da população brasileira em salsicha.

Mais se há uma linha de continuidade nos governos da burguesia, também há várias semelhanças entre a esquerda no sentido de capitular e fazer o jogo da burguesia e no final das contas, ser a legitimadora da política de ataques da burguesia.

A burguesia, sempre muito ciosa dos seus interesses, também montou uma “oposição” contra FHC, na época Itamar Franco e Antônio Carlos Magalhães (em quem o PT votou para presidência do Senado). Isso permitiu a estabilidade do regime, porque o PT acreditou nessa oposição “fajuta”, querendo o “impeachment” de FHC, uma saída institucional, assim com fizeram com Collor (para colocar seu vice, Itamar), desacreditando as mobilizações que tinham potencial para levar uma saída real para a falência do governo.

No dias de Bolsonaro, alardeado por muitos esquerdistas nas eleições como o “demônio em forma de gente”, setores da esquerda, os mesmos que antes demonizavam o “bozo”, também querem saídas institucionais e alianças com supostos opositores ao regime, como Ciro Gomes, Marina Silva e tantos outros ardororosos defensores do golpe, do impeachment e da prisão de Lula.

No meio da esquerda surgiu até aqueles que vêem no vice Mourão, fascista tanto quanto o presidente capitão, um democrata, de trato afável, portanto passível de se chegar a um acordo.

Como se vê, a burguesia, talvez não sempre, encontra a direita e a esquerda que ela quer para fazer o “jogo” político do seu interesse. O problema é que do outro lado da linha tem um povo que sofre todas as consequências dessa política nefasta do capital. Tem ainda Lula, a maior expressão popular da luta contra o golpe, que está preso há mais de 1 ano. Enquanto isso a burguesia joga e a esquerda acha que está no jogo. Pode até estar, mas as suas peças são movidas no tabuleiro pela própria burguesia.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.