O governo Macri foi eleito em 2016 por um golpe de Estado resultado das manobras políticas e intervenção dos EUA nas eleições argentinas. As manobras visavam derrubar os governos nacionalistas dos Kirchner e aplicar uma política neoliberal, de forma a submeter o país aos interesses dos imperialistas e criar um governo-satélite na América do Sul.
Macri era o herói dos coxinhas neoliberais brasileiros: tinha como plataforma a austeridade fiscal, o combate à “corrupção”, a eficiência administrativa, a desburocratização, as privatizações, a meritocracia, o livre mercado e a rejeição da política, com discurso cínico de que era um gestor e não um político, do tipo PSDB de João Dória em São Paulo. Assim que assumiu a Presidência da República, Macri nomeou uma equipe governamental de banqueiros, cortou gastos em todas os programas sociais da era Kirchner, adotou uma política de austeridade fiscal elaborada e monitorada pelo FMI e até contraiu empréstimos deste último. A submissão ao imperialismo era tal que até mesmo a instalação de uma base militar da OTAN foi autorizada em território argentino. A promessa feita à população era de que a economia voltaria a crescer, mas o que se viu nestes anos foi o aprofundamento da miséria no país.
Com o fracasso da política neoliberal e a consequente recessão na economia, visível pelo gigantesco número de pessoas lançadas na mais profunda miséria social, Macri deu uma guinada e anunciou o congelamento de preços de 60 itens da cesta básica por seis meses, benefícios fiscais para pequenas e médias empresas, descontos de 10% a 25% para 18 milhões de pessoas que recebam pensões na hora de comprar alimentos, roupas, eletrodomésticos e materiais para construção. Além disso, as tarifas de gás, eletricidade e transporte não terão aumento até o final do ano e as contas de celulares e linhas pré-pagas estarão congeladas por cinco meses.
As eleições presidenciais argentinas se aproximam. A intervenção na economia do governo Macri, que proclamava a santidade do “Estado Mínimo” e que não deveria haver intervenção do Estado na economia, é uma tentativa desesperada e improvisada de tentar angariar alguma popularidade. O que evidencia, mais uma vez, o completo fracasso da política neoliberal no subcontinente, uma política feita para maximizar o lucro do capital financeiro internacional e trazer fome, desemprego, miséria e destruição econômica para os países atrasados.