Ficou para a próxima semana.
Depois de ser derrotado na segunda (dia 15) quando os deputados, inclusive setores da “base governista”, votaram por priorizar na pauta a votação o PL do orçamento impositivo, que estabelece a obrigatoriedade do governo cumprir com as emendas parlamentares estabelecidas no Orçamento da União, aprovado pelo Congresso Nacional, o governo sofreu nova derrota nesta quarta e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Felipe Francischini (PSL-PR) decidiu encerrar a sessão de hoje sem votar o parecer sobre a reforma da Previdência.
Diante disso, a votação foi adiada para a semana que vem. No momento em que o governo pressionava para acelerar a votação e mostrar que a crise no interior do governo (e de todo o regime golpista) que vem provocando atrasos na votação estava superada.
A decisão foi tomada, após o presidente da CCJ ter anunciado ontem e repetido várias vezes pela manhã que a votação sobre a admissibilidade da proposta seria realizada hoje. E se deu após uma interrupção da sessão por 15 minutos, por conta de uma confusão em frente à mesa diretora da comissão, diante da cobrança de parlamentares da oposição, tendo à frente as deputadas do PT e do PCdoB, contra a derrubada pela presidência de requerimentos e questões de ordem da oposição e que exigiam a presença do relator da reforma da Previdência, delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), que registrou presença mas retirou-se da CCJ, para tentar negociar mudanças no texto que permitissem a votação da proposta, principalmente, com líderes do “centrão”.
Quase seis meses depois da sua “eleição” e 100 dias depois da posse, o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, não tem sequer, uma base parlamentar claramente definida, evidenciando seu caráter improvisado, uma vez que nem mesmo os partidos de direita que, de fato, apoiaram, a fraude da realização das eleições sem Lula e – na reta fina – acabaram apoiando Bolsonaro contra o candidato substituto do PT, tem uma relação definida de apoio ao governo.
A crise não para de se intensificar na medida que cresce a rejeição popular contra o governo (o mais rejeitado em começo de mandato, das últimas décadas) e contra suas medidas de ataque aos trabalhadores, como é o caso do roubo da Previdência, disfarçado sob o nome de “reforma”.
O adiamento da votação na CCJ acrescenta lenha na fogueira da crise e evidencia que a “reforma” está cada vez mais sob risco e que, com certeza, não será aprovada da forma como foi encaminhada pelo governo Bolsonaro.
A crise por cima, coloca a necessidade de uma ampla mobilização dos trabalhadores e de suas organizações, por meio da greve geral e outras ferramentas, uma vez que só a mobilização operária e popular pode impor uma derrota definitiva não só à reforma da Previdência, mas ao conjunto do regime golpista, conquistando a liberdade de Lula e de todos os presos políticos e colocando para fora Bolsonaro e todos os golpistas.