A banda de Rock alemão, Rammstein, escandaliza com alusão a campo nazista em um videoclipe promocional de novo single do grupo, mostrando integrantes vestidos como prisioneiros de campos de concentração e com cordas no pescoço.
A banda de rock Rammstein causou polêmica na Alemanha depois de postar o trailer de seu novo single, Deutschland, no Twitter e no Youtube. Nas imagens, os membros do grupo, de pé sobre um cadafalso, aparecem com cordas no pescoço e vestidos como prisioneiros de um campo de concentração nazista. Na lapela de um dos músicos, vê-se uma estrela amarela similar à estrela de Davi, que os judeus eram obrigados a usar sob o regime nazista.
Grupos judeus e outras associações chamaram o vídeo de inaceitável e de mau gosto. O encarregado do governo alemão para o combate ao antissemitismo, Felix Klein, disse ao diário Bild, nesta quinta-feira (28/03), que a banda “cruzou uma linha vermelha” se estiver querendo provocar, escandalizar e tiver produzido o vídeo apenas para impulsionar as vendas.
Josef Schuster, presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, lembrou que há vários artistas que tematizam a Shoah (termo hebraico para designar o Holocausto). “Mas quem usa o Holocausto para fins de marketing age de forma desprezível e imoral”, afirmou. Para Schuster, se o Rammstein quer obter lucros com um novo videoclipe sobre o Holocausto, trata com escárnio milhões de pessoas que sofreram indescritivelmente durante a Shoah e que foram assassinadas das formas mais brutais.
O Rammstein e sua gravadora ainda não comentaram o clipe de 35 segundos, e não está claro que mensagem eles queriam transmitir, nem como a letra da canção ainda não lançada se relaciona com as imagens. O clipe tem apenas áudio instrumental e termina com a palavra “Deutschland” escrita em antiga grafia germânica. Abaixo da palavra, lê-se a data “28/03/2019” em romano.
Está ficando claro que a ascensão do fascismo no mundo, inclusive na Alemanha, está sendo repudiada no mundo todo. Isso mostra uma tendência de luta contra os fascistas, como está claro no caso do Brasil, em que o povo está se manifestando intensamente contra Bolsonaro. Em outras parte do mundo, o fascismo vem sendo relembrado como a face mais trágica dos regimes totalitários na Europa do século XX, em um contexto de volta de governos de extrema-direita, com ideias conservadoras e de imposição do racismo e da exterminação física de seus oponentes. Em meio ao caldo político que emerge desse retorno, aparecem os supremacistas brancos, que nos Estados Unidos ressuscitam símbolos e ideias da Klu Klux Klan, e as chamadas de Bolsonaro para comemorar os 55 anos do golpe militar de 1964 no Brasil, que torturou e matou milhares em décadas de ditadura no país.
