Olavo de Carvalho é uma figura desprezível, indubitavelmente maluco. Não é brincadeira quando se diz que fugiu do hospício, fugiu mesmo. De um manicômio onde esteve internado por intervenção de familiares cansados de suas loucuras. Foi astrólogo, aderiu ao Islã, mas apresenta-se como católico.
Faz mais de década, sabe-se lá com financiamento de quem, começou a ser apresentado a jovens com sendo um grande pensador, publicando um curso em DVD e livros de filosofia, ou o que ele acha ser filosofia. Foi denunciado como charlatão desde sempre, com seu jeito amalucado, vomitando palavrões a cada minuto, atacando a esquerda, inventando teorias conspiratórias esquisitas, fundador do site Mídia Sem Máscara e da Rádio Vox, instrumentos de propagação de pensamento conservador e disseminação de mentiras. É também o autor do livro “O Mínimo que Você Precisa Saber para não Ser um Idiota”, bem ao estilo arrogante e violento do pseudo filósofo.
O astrólogo Olavo de Carvalho afirma ter medo de ir para o inferno após a morte, motivo pelo qual se atribuiu a missão e dedicar a vida a combater o comunismo e o marxismo. Com essa missão no horizonte, a partir do qual ele classifica o que bem quiser como comunismo, marxismo (e marxismo cultural é seu termo preferido), ou como contaminados por eles.
Assim, a obsessão anticomunista e anti-marxista dele o faz atacar a ciência, o ateísmo, o secularismo, o positivismo, enfim qualquer coisa que, para ele, cheire a produto do mal que a esquerda representa (sim, a esquerda, e ele inclui tudo nesse ‘saco de gato’).
Ele ignora a história. Parece que a Guerra Fria não acabou e ele demonstra um certo desespero para dar conta de sua cruzada contra o esquerdismo – e aqui cabem todas as entidades globalistas – instituições do mal que têm objetivo único de enfraquecer os valores da família cristã, para colocar em seu lugar coisas como movimentos homossexual, feminista e ambientalista, armadilhas contra o ocidente cristão.
Não tem também nenhum pudor em apoiar golpes militares pró Estados Unidos na América Latina e em qualquer lugar do mundo.
É esse o guru de Bolsonaro e de outros tantos alucinados apoiadores do desgoverno do ex-capitão.
Considera todos idiotas, apenas ele – e alguns poucos iluminados que tenham tido a honra de ‘estudar’ com ele, o mestre, são capazes de entender os desafios que o mundo dominado pelo esquerdismo representa.
Ora, não é que, cheio de si, ele não hesita em nomear os idiotas do desgoverno do ex-capitão. Um de seus alvos preferidos tem sido o general Mourão, aliás o vice-Presidente da República. Também têm sobrado para outros militares, como o general Heleno. Olavo de Carvalho ataca Mourão, questiona Heleno, ameaça o desgoverno, e ainda assim é convidado para jantar com o ex-capitão em sua viagem aos Estados Unidos.
Está mais que claro que o desgoverno Bolsonaro, que vive de improviso e de futricas elaboradas pela família, com a clara relação com as milícias, a incompetência escancarada para gerenciar qualquer coisa, brigas internas, desconfiança entre aliados, entreguismo que beira ao fanatismo, colocando o país como capacho dos Estados Unidos, vergonha atrás de vergonha na imprensa internacional, a duvida sobre quem é quem na estrutura do governo, qual o papel dos filhos, confronto com os demais poderes da República, a insatisfação popular, tudo isso não deixa dúvida de que o ataque de Olavo de Carvalho a Mourão é apenas um sintoma da enorme crise em que se encontra o desgoverno da fakenews.
Ora, o pseudo filosofo tem sido atacado de todos os lados e já não consegue manter por muito tempo o escudo protetor que impedia as críticas mais sérias a ele, que o desmascaram como um engodo. De toda forma, ele, Olavo de Carvalho, é o guru de Bolsonaro, e vai continuar a expor a crise interna do desgoverno, que vive de improviso – mas não pode viver para sempre dele. Temos que aproveitar essa crise para a mobilização pelo Fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula.
Não há motivo, não há razão, não há explicação possível para que a esquerda não atue para derrubar Bolsonaro. Todas as desculpas para não mobilizar a militância e o povo em geral contra a permanência do desgoverno Bolsonaro são falaciosas, indicando a incapacidade de parte da esquerda de entender os movimentos da história e seu papel nela.