Há exatamente 86 anos, Hitler era nomeado como chanceler (primeiro-ministro) por Hindenburg através de um golpe de estado de aparência legal na Alemanha.
Desde da fundação do Partido Nazista em 1920, os nazistas nunca conseguiram maioria nos parlamentos. Em maio de 1924, 32 nazis de 472 deputados foram eleitos; em dezembro de 1954, o número diminuiu para 14. Nas eleições de 1928, o número diminuiu mais ainda: 12 deputados nazis foram eleitos.
Com a Crise de 1929, a burguesia ficou muito assustada e investiu nos nazistas nas eleições de 1930: em uma eleição marcada pelos ataques físicos das milícias nazistas à esquerda: 107 deputados nazis foram eleitos entre 577 cadeiras. Em julho de 1932, o Partido Nazista se torna o maior partido do parlamento alemão, mas não consegue a maioria. Como maior partido, isso dava direito ao partido do nazismo a nomear um chanceler: o nazi Goring foi o escolhido.
Nas eleições de novembro, os nazistas se tornaram novamente o maior partido do parlamento apesar de eles terem diminuído o número de deputados nazis eleitos. A burguesia já começa a apoiar, explicitamente, a subida de Hitler ao poder: em novembro de 1932, 22 capitalistas das indústrias, finanças e agricultura fazem uma petição ordenando a Hindenburg a nomear Hitler como chanceler. Hindenburg concorda e nomeia Hitler a primeiro-ministro.
Segundo a burguesia e os macacos imitadores da esquerda pequeno-burguesa, só é golpe se tiver os tanques nas ruas. O governo nazista foi uma das piores ditaduras que já existiu, mas o Partido Nazista não ascendeu ao poder por um golpe de estado violento, mas sim por uma manobra: mesmo não tendo maioria no parlamento, o Partido Nazista elegeu o maior número de deputados, indicou Hitler como chanceler e o presidente Hindenburg, orientado pela burguesia, concordou. Foi um golpe de estado.
Nem sempre para dar um golpe de estado, é necessário colocar os militares nas ruas para bombardear o palácio de governo como aconteceu no Chile. A ascensão de Hitler e a derrubada da presidente petista Dilma Rousseff são exemplos que nem sempre a burguesia precisa de violência explícita para dar um golpe.