Em seus últimos dias de governo, o ex-presidente golpista Michel Temer concedeu mais um perdão aos grandes capitalistas. Foram perdoados R$ 47,4 bilhões em dívidas, e outros R$59,5 bilhões poderão ser parcelados em até 14 anos. Essas dívidas são referentes ao programa “Refis”, que já é uma facilitação e concessão de descontos a empresas que têm impostos atrasados.
Em outras palavras, são mais de 100 bilhões de reais dos empresários que deixam de entrar para os cofres da União. Esta é mais uma evidência escancarada de que o assim chamado “ajuste fiscal” dos golpistas é nada mais que uma política de arrocho das riquezas dos trabalhadores em favor do grande capital. O povo sofre com o congelamento dos gastos sociais, vê o salário mínimo reajustado para baixo, corre o risco de perder o direito à aposentadoria e vê as riquezas nacionais serem entregues para o imperialismo. Mas os capitalistas recebem abonos e facilidades.
Quem sofre os terríveis efeitos da crise econômica criada pelo capitalismo são os trabalhadores, não os capitalistas. Esse é um dos motivos pelos quais a burguesia e o imperialismo deram um golpe de Estado no Brasil: salvar os lucros dos capitalistas tirando todos os direitos da classe operária.
O ilegítimo Jair Bolsonaro, que declarou em sua posse ser prioridade do governo “acabar com o socialismo”, também declarou que patrão sofre no Brasil. Ou seja, vai aprofundar a política de entrega do dinheiro público para os patrões capitalistas, enquanto massacra os trabalhadores.
As organizações populares não podem ter a menor dúvida: é preciso organizar a defesa dos trabalhadores, pois está em marcha uma ofensiva da burguesia contra o povo, muito mais dura do que a experimentada com Michel Temer. A classe operária deve se unir em frentes de luta independentes da burguesia para por abaixo o governo ilegítimo de Bolsonaro e derrotar o golpe, erguendo um governo dos trabalhadores que reverta todas as medidas entreguistas do golpe.