A participação de eleitores com 16 e 17 anos de idade no pleito municipal de novembro será a menor em uma eleição brasileira desde 1990, após o voto facultativo ser instituído na Constituição de 1988.
O levantamento foi feito pelo órgão golpista Globo a partir de estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e só não consideram a disputa para presidente de 1989 porque não há informações públicas sobre a distribuição do eleitorado por idade naquele ano.
Estão aptos a votar este ano pouco mais de 1 milhão de eleitores desse grupo etário, número 55% menor que o contabilizado em 2016. Esses jovens representam 0,7% do eleitorado contra 1,6% na última eleição municipal. Há 30 anos, eram 3,5% dos votantes.
A redução foi a maior da série histórica e ocorreu em ritmo maior que a variação dessa população no mesmo período. De acordo com dados do IBGE, o total de jovens de 16 e 17 anos encolheu 9,5% no país em quatro anos.
Esta queda da participação da juventude nas eleições é um resultado direto da política golpista, que usando a crise da pandemia do coronavírus como desculpa reduziu o alistamento eleitoral mas também desenvolve um programa que afasta os jovens da participação política pela via da despolitização, o que não é combatido pela esquerda pequeno-burguesa e pelas organizações de luta da juventude.
Agora com a reabertura criminosa das escolas em todo País, faz-se ainda mais necessário a presença da juventude em uma política revolucionária, ofensiva, que oriente os estudantes para uma posição classista de luta, que incentive um debate democrático, uma unidade de ação e que agregue todos os setores da juventude, nas escolas, nas universidades, nos postos de trabalhos, para uma política efetiva e coerente que contemple seus interesses e faça-os valer na marra.
É extremamente necessário tirar a juventude da política de craqueiros eleitorais que puxam a juventude a serem “garotos propagandas” de direitistas e oportunistas da esquerda, e coloque esse importante setor da sociedade no centro da luta política do País para derrotar o golpe, derrubar Bolsonaro e colocar eleições gerais em meio a uma gigantesca mobilização de massas.
Sem a queda de Bolsonaro, o “Ensino remoto” fica e as escolas e universidades irão para os bancos e os grandes capitalistas; e a volta às aulas em plena pandemia se concretizará. Nesse sentido, segue o programa da AJR, a juventude do PCO, a Aliança da Juventude Revolucionária para as eleições e também fora delas.
“1. Fora Bolsonaro. Chamar atos públicos em todo país e organizar uma verdadeira mobilização pela derrubada do governo e novas eleições, com a participação de Lula. Restituição de seus direitos políticos.
2. Aliança operária e estudantil para impulsionar a luta contra o fascismo, contra os ataques aos trabalhadores e à juventude.
3. Lutar por uma assembleia nacional constituinte, livre, democrática e soberana, resultado da mobilização revolucionária das massas contra o atual regime golpista.
4. Por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo.
5. Não ao Ensino a Distância (EAD) em todos os níveis, pelo cancelamento do ano letivo. Volta as aulas só com o fim da pandemia e com vacina, fechamento das escolas que estão funcionando. É necessário um plano de luta para toda a juventude, organizar atos em todas as capitais contra a volta às aulas. Por uma greve nacional da educação contra o EAD e a volta às aulas, formar comitês de luta estudantil em todos os lugares
6. Suspensão do ENEM e dos vestibulares. Garantia de livre acesso às universidades públicas para todos os alunos. Nenhum financiamento do ensino privado. Isenção das mensalidades e taxas para todos os alunos desempregados.
7. Luta pelo governo tripartite, a comunidade acadêmica – alunos, funcionários, professores e pais – precisam ter direito de decidir sobre a política e medidas a serem tomadas pelas instituições de ensino, sendo a maioria, os estudantes, detentores do maior peso nas votações. Ter direito a decidir quanto ao calendário acadêmico, a retomada das aulas e a organização autônoma dos recursos.
8. Pelo fim do vestibular. Os vestibulares representam um afunilamento e seleção daqueles que podem entrar no ensino superior. O ensino superior deve ser aberto a todos, uma continuação direta dos outros níveis de ensino. A burguesia durante o golpe aprofundou os ataques as poucas formas de acesso da população pobre as universidades, assim como a política de privatização das universidades. Mesmo as cotas, um direito parcial garantido a população pobre, está se tornando terreno de perseguição aos estudantes. É necessário o fim de qualquer restrição ao acesso as universidades.
9. Fim do ensino pago. Estatização de todo o ensino em todos os níveis. Não a cobrança das mensalidades enquanto não houver vacinação, sem cobrança enquanto as aulas estiverem paralisadas.
10. Por condições de vida e ampara aos estudantes das moradias universitárias. Não ao sucateamento das moradias e bandejões. Proibição das expulsões de alunos das moradias. Proibição dos jubilamentos.
11. Não a demissão de funcionários e professores das escolas e universidades.
12. Trabalhar menos para que todos trabalhem. Máximo de 35 horas de trabalho semanal, com jornada máxima de 7h por dia e escala móvel das horas de trabalho (reduzir jornadas sem reduzir salários). O desemprego é um dos pontos cruciais da exploração dos trabalhadores brasileiros, a juventude é o principal foco desta crise, por isso, seu direito ao trabalho precisa ser garantido, a juventude trabalhadora não deve pagar pela crise gerada pelos capitalistas.
13. Fim das escolas militares. A ditadura dos golpistas visam transformar as escolas em um ponto de controle social e ideológica ditatorial. Impedindo a organização dos estudantes e a luta tradicional da juventude, setor mais radicalizada da sociedade. As escolas militares são em um enclave da burguesia nos principais locais de discussão e organização política do país, seu é uma derrota para a ditadura e o fascismo.
14. Abaixo a repressão: dissolução da PM e de todo aparato repressivo; legalização das drogas.
15. Por candidaturas de jovens e lutadores pelas reivindicações da juventude e dos trabalhadores.”