Da redação – Aconteceu hoje (11) na Câmara de vereadores de Porto Seguro audiência pública para privatização da água no município.
O processo, que vem sendo todo fraudado, sendo realizado às escuras, está em fase de aprovação do edital para entrega dos serviços de água e esgotos para empresas privadas. O projeto, que desde 2016 vem sendo articulado por debaixo dos panos pela prefeitura, sem conhecimento da população, usou hoje o espaço de uma audiência pública que claramente estava montada apenas para validar a decisão de privatizar e entregar a água da população do município para as empresas privadas.
A audiência pública não foi divulgada minimamente para população de Porto Seguro, principalmente das periferias, o que abertamente representava uma fraude. Além de não divulgar a audiência, quem compareceu não pôde falar pois as inscrições estavam previamente limitadas, com a desculpa de que os participantes deveriam ter enviado a solicitação de fala dias antes para a Câmara, tirando o direito a voz de movimentos e população presente.
A audiência, apesar de ter sido feita escondida e às pressas, contou com a participação de várias entidades, sindicatos e representantes de associações e trabalhadores da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), onde a maior parte dos presentes se colocou contra a privatização. Empresários interessados na privatização e vereadores atacaram em todos os momentos o sindicato que estava tentando mobilizar a população participar do processo e a empresa pública (Embasa) de prestação dos serviços de água e esgotos.
Ao fim da audiência a fraude ficou ainda mais clara. Os responsáveis sequer fizeram a ata e muito menos a gravação, mostrando que o processo de audiência pública foi realizado para validar o processo de privatização da água.
Fica claro que a prefeitura e as empresas privadas já decidiram que vão privatizar a água de Porto Seguro e querem conseguir o apoio da população através da fraude. Por isso, as entidades sindicais e da população não devem jogar todas as suas forças nas audiências públicas ou na justiça.
A população de Porto Seguro e os trabalhadores da Embasa devem ser mobilizados para barrar o processo de privatização. Não devemos aceitar que o patrimônio da população de Porto Seguro seja colocado nas mãos de empresas privadas que pensam apenas no lucro as custas da população trabalhadora.