Um estudo divulgado esta semana pela revista Science demonstrou que 62% do desmatamento que ocorre na floresta Amazônica está concentrado em uma área que contém 2% de fazendas. O dado é muito elucidativo para comprovar o fato de que são os grandes fazendeiros, os latifundiários, o agronegócio, responsáveis diretos pela destruição do patrimônio ambiental brasileiro.
Toda esta política de desmatamento desenfreado, uma verdadeira depredação da floresta, é defendida e respaldada pelo governo golpista de plantão de Jair Bolsonaro. No começo deste ano o governo golpista, com apoio do chamado “centrão” no Congresso Nacional, aprovou duas medidas de incentivo à grilagem de terras e ao desmatamento. A primeira delas, a PL191/2020, a qual regulamenta a exploração de terras indígenas, e a segunda a Medida Provisória 910/2019, que na prática não é apenas a legalização da grilagem, como um enorme incentivador desta prática.
Na realidade, o desmatamento tem como objetivo principal não aumentar a área produtiva, mas sim voltar-se única e exclusivamente para a especulação. Os dados apresentados no início do ano, por exemplo, pelo Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (Deter), ferramenta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostraram que o desmatamento nesses últimos oito meses (agosto de 2019 a março de 2020) atingiu uma área de 5.076 quilômetros quadrados da Amazônia. O dobro do que foi verificado no mesmo intervalo anterior, de agosto de 2018 a março de 2019 que registrou 2.649 km² de floresta desmatadas. Um valor que já mostrava um aumento com relação ao mesmo período anterior de agosto de 2017 a março de 2018, de 2.433 km².
Outro dado que chama a atenção e vincula-se a este é o aumento no número de incêndios na Amazônia, impulsionados pelos grandes fazendeiros. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INPE, houve um aumento de 28% da área desmatada na região amazônica em julho deste ano tendo em comparação o mesmo período do ano passado. O aumento foi de 77% em reservas indígenas e de 50% em áreas protegidas.
Mesmo com toda esta política de devastação, o governo golpista de Bolsonaro procura minimizar a situação. O vice-presidente, general Hamilton Mourão, disse que os incêndios são uma “agulha em um palheiro”. O que apenas reforça o alinhamento político do governo com os setores do agronegógio.
Contra a destruição do patrimônio nacional, é necessário impulsionar o movimento de derrubada do governo golpista. É preciso fortalecer nas ruas a luta pelo Fora Bolsonaro para garantir, de fato, a preservação dos recursos naturais do país.