A diretoria do Sistema Petrobrás iniciou uma votação para que os petroleiros escolham qual associação deve gerir a AMS (Assistência Multidisciplinar de Saúde), atropelando a questão anterior referente a terceirização ou não da execução da AMS. Cabendo, assim, aos petroleiros apenas escolher qual empresa privada gerirá o programa de saúde da categoria. A questão é tão absurda que é comparável a obrigar a vítima de um assalto a escolher qual ladrão é o menos pior.
Dessa forma, mesmo que os petroleiros e seus sindicatos se declarem contra a votação que pretende definir qual empresa privada ganhará a galinha dos “ovos de ouro”, a diretoria da Petrobrás segue em frente com o desmonte. O sindicato da categoria se posiciona contra esta farsa, já que esta votação é apenas um meio de usar os trabalhadores para legitimar o sucateamento e a privatização dos planos de saúde dos trabalhadores da categoria.
A FUP (Federação Única dos Petroleiros) vem realizando uma campanha de boicote e denúncias à votação
“Os petroleiros e petroleiras, assim como as direções dos sindicatos petroleiros, defendem que a gestão da AMS – patrimônio da categoria petroleira – continue sendo executada pela própria Petrobrás porque é mais barato, mais seguro e eficiente. Criar essa nova entidade gestora da AMS significa transferi-la para uma empresa privada.”
Coincidentemente, a votação começou poucos dias depois do ministro da economia de Bolsonaro, Paulo guedes, anunciar que iria lançar um novo pacote de medidas econômicas para o Brasil, apelidado de “big bang”, que supostamente deveria controlar as medidas públicas e garantir que o país possa reestabilizar sua situação econômica de modo sustentável. Porém, analisando de um modo mais aprofundado pode-se perceber que na verdade, o plano trata de um ataque direto à classe trabalhadora, já que o governo federal visa diminuir ainda mais os direitos trabalhistas, acabar com o auxílio emergencial, restringir o número de beneficiados pelos programas de assistência social, entregar fortunas aos capitalistas, bem como aprofundar seu controle sobre os mecanismos da economia nacional, isso ás custas do dinheiro da saúde, educação e programas sociais.
Um desses programas mais especificamente é a alteração de marcos regulatórios como os do gás natural, lei de falência e navegação costeira, tendo o claro objetivo de diminuir a participação do Estado e ampliar a privatização desses setores, como a própria Petrobras vem sofrendo. Fazendo com que essas áreas fundamentais da vida nacional fiquem cada vez mais distantes do controle público, e acabem por se tornar meros instrumentos de regulação dos interesses capitalistas, em total prejuízo ao interesse nacional.
Essa política que foi jogada contra os petroleiros é consequência direta do sucateamento e das privatizações de estatais, que o governo golpista do presidente fascista Jair Bolsonaro vem implantando para acabar com a riqueza nacional e as entregar de mão beijada aos capitalistas norte-americanos.
Tentar impor aos petroleiros uma nova gestão da AMS é reduzir a qualidade do plano de saúde da categoria, a restrição dos seus atendimentos e por fim um aumento absurdo de seus descontos até a total exclusão dos trabalhadores à AMS.