Na semana que passou, o fascista Jair Bolsonaro afirmou novamente que não vai demarcar nenhuma terra indígena, vai abrir as terras indígenas para latifundiários, madeireiras e mineradoras, e também que vai aprovar a lei que considera movimentos de luta pela terra, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), como organização terrorista.
As ameaças de Bolsonaro foi um aval para que os latifundiários, pistoleiros e justiça realizassem uma nova ofensiva contra os movimentos de luta pela terra. Os alvos foram indígenas, quilombolas e trabalhadores sem-terra.
Os ataques mais graves foram contra os povos indígenas onde houve duas emboscadas, resultando em um ferido e um assassinado.
Na Bahia, a liderança indígena da etnia Pataxó Hã-hã-hãe Reinaldo Silva Pataxó, foi assassinado na aldeia Catarina Caramuru Paraguassú, em Pau Brasil (BA). Reinaldo foi assassinado com seis tiros em uma emboscada dentro da terra indígena.
No Paraná, o indígena Donecildo Agueiro, de 21 anos, da etnia Ava-Guarani, sofreu uma tentativa de assassinato após uma reunião com integrantes da Funai que discutiam a demarcação de Terra Indígena no município de Guaíra. Um dia após a tentativa de assassinato, o desembargador do Tribunal Regional Federal da 4° Região (TRF4), Cândido Alfredo S. Leal Junior, suspendeu o processo de demarcação da terra indígena, numa decisão que ataca todo o movimento indígena do país.
Na madrugada da quinta-feira, pistoleiros invadiram a casa da cacique da aldeia yaka Porã, Terra Indígena do Morro dos Cavalos, em Santa Catarina, depois de diversas ameaças. A Cacique Eliana conseguiu fugir pela mata com seus filhos e nada ocorreu.
Em Rondônia, juiz da 1ª Vara Genérica da Comarca de Buritis emitiu reintegração de posse e mandou oficial de justiça deixar 35 famílias da ocupação Nova Conquista, situada dentro do Distrito de Jacinópolis, no município de Nova Mamoré, na rua.
Em Mina Gerais, o Juiz Walter Zwicker Esbaille Junior mandou despejar as 450 famílias sem-terra que ocupam a área da usina falida de Ariadnópolis, em Campo do Meio-MG, há mais de 20 anos, destruindo casas e 1.200 hectares de roças. Também em Minas Gerais, as famílias do Acampamento Gabriel Pimenta foram surpreendidas com a “visita” de um oficial de justiça e policiais militares para darem um prazo para as 30 famílias desocuparem a Fazenda Capão da Onça.
Os latifundiários bolsonaristas nem se intimidaram com a visita de uma equipe da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Pará. A equipe visitou a aldeia Açaizal, no Território Munduruku do Planalto, em Santarém, onde latifundiários apareceram na visita e intimidaram e não deixaram os indígenas falarem o a situação de violência que estavam sofrendo.
A semana que passou foi turbulenta para os movimentos sociais de luta pela terra. Fica claro a frente que se formou após o golpe entre os latifundiários, governo golpista e a justiça. E a situação se agravou após a fraude nas eleições que levaram ao governo o fascista Jair Bolsonaro.
Este cenário tende a se agravar ainda mais e os que lutam por um pedaço de terra só podem confiar nos seus próprios movimentos e organizações, formando comitês de autodefesa. É preciso se organizar e repelir, com violência se necessário, a intimidação da extrema-direita com as famílias e ações dos movimentos de luta pela terra.