Mulher Negra

Maria Firmina dos Reis, precursora da literatura negra no Brasil

A primeira escritora negra do Brasil. Maria Firmina dos Reis era aboliciv onista, feminista e negra.

“Em Guimarães já sabiam que aquela não era Maria Firmina, mas, como o quadro foi doação de alguém importante da cidade, não tiraram da parede”, conta Régia Agostinho, professora da Universidade Federal do Maranhão sobre a imagem de Maria Firmina dos Reis em uma parede da Câmara dos Vereadores de Guimarães, cidade do Maranhão onde viveu a autora. Imagem que mostrava ela com os cabelos presos, colar, um vestido aparentemente luxuoso, a pele branca. Maria Firmina dos Reis foi a primeira escritora negra no Brasil e a primeira mulher negra a publicar um romance na América Latina, onde aborda temas como abolicionismo e feminismo.

Maria Firmina dos Reis nasceu em 1822 e morreu em 1917 na cidade de São Luís do Maranhão, filha de uma escrava alforriada e de um pai negro. “Úrsula”, sua principal obra, é reconhecida como uma das primeiras narrativas de temática feminista e antiescravista da literatura brasileira, escrita por uma mulher negra em pleno período da escravidão. Seu romance teve boa aceitação da crítica quando publicada, mas acabou caindo no esquecimento após sua morte. Só seria redescoberta em 1962, quando o historiador paraibano Horácio de Almeida (1896-1983) encontrou, em um sebo do Rio de Janeiro, uma edição de Úrsula, único romance da escritora e hoje considerado o primeiro livro brasileiro a se posicionar explicitamente contra a escravidão.

Cem anos após a sua morte, seu clássico “Ursula”, de 1859, ganhou treze novas edições de 2017. Desde seu nascimento até a publicação de sua obra em 1859, há várias lacunas. O que se sabe é que ficou órfã em 1830 e teve que mudar para casa de sua tia, que tinha melhores condições financeiras, onde teve oportunidade de estudar, o que era raro para mulheres negras na época. Em 1847, foi aprovada em concurso público para professora de primário, cargo que exerceu até se aposentar em 1881.

Durante 50 anos, a escritora colaborou com vários jornais maranhenses, onde publicou poesias, contos e crônicas. Entre eles, os contos Gupeva (1861) e A Escrava (1887), dois de seus textos mais famosos. No momento de receber o título, Maria Firmina se recusou a ser levada em um palanque sobre o ombro de escravos, uma tradição na época. “Negro não é animal para se andar montado nele”, teria dito. Em vez disso, foi a pé. O desenho de sua vida constitui de certa forma um poema, por sua singularidade, originalidade e surpresa.

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