Após duas semanas de ser o primeiro Estado do País a retornar as aulas na rede pública, em regime híbrido (presencial e on line) para 110 mil estudantes do Ensino Médio e com apenas três dias de testagem dos professores, o governo do Amazonas anunciou 30% dos profissionais de educação do Amazonas, que voltaram às escolas, e realizaram testes tiveram resultado positivo para o novo coronavírus.
Os testes foram realizados diante dos protestos dos trabalhadores e dos Sindicatos contra a volta às aulas.
10 mil educadores podem estar infectados
De um total de apenas 534 profissionais de educação de Manaus que realizaram testes rápidos em entre os dias 18 e 20, da semana passada, 162 forma contaminados pela covid-19, cerca de 30%, segundo informações foram divulgadas pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM). O governo anunciou que vai testar 30 mil professores e funcionários. Se a média se mantiver, quase 10 mil educadores podem estar contaminados.
O governo determinou o afastamento por um “período de isolamento” de tais funcionários, mas é evidente que o número de infectados deve ser muito maior, sem contar os familiares dos educadores e estudantes que podem ter sido atingidos pela criminosa decisão de fazer os alunos voltarem às escolas. Também não foram realizados testes entre os alunos e, se a porcentagem se repetir, milhares de jovens adultos podem ter sido infectados.
A situação é tão grave que o governo estadual decidiu adiar o retorno dos estudantes do ensino fundamental, que estava previsto para ontem (24), alegando a necessidade de testar mais servidores.
Os fatos reafirmam a gravidade da situação e o caráter criminoso da medida adotada pelo governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), ele mesmo contaminado pela covid, da mesma forma que o prefeito da capital Arthur Virgílio (PSDB).
Cinicamente, “a diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary da Costa Pinto, informou que a investigação aponta que as contaminações de agora não ocorreram no ambiente escolar, mas sim por transmissão comunitária“, no entanto. não deu maiores explicações de como era possível ter certeza de onde viria a contaminação.
Já no primeiro dia de aula, “uma professora testou positivo para a Covid-19 e as aulas na escola onde ela ministrou aula durante o dia tiveram que ser suspensas para desinfecção“.
O Sindicato da categoria (Sinteam) divulgou lista de 50 escolas infectadas, no dia 21.
Parar as escolas
Desde o retorno das aulas, professores e estudantes realizaram diversos atos em protesto contra o retorno.
Além de colocar milhares de alunos, professores e funcionários nessas verdadeiras câmaras da morte em que transformaram as escolas, os governos locais sequer providenciaram máscaras devidas para os alunos, deixando evidente que o objetivo é deixar a população se contaminar e morrer.
As máscara entregues viraram motivo de chacota em inúmeros memes na internet uma vez que tinham tamanho excessivo e, ao invés de cobrir boca e nariz, cobria todo o rosto (foto).
O caso do Amazonas mostra, ainda que parcialmente, o tamanho do crime que os governos estaduais e federal querem cometer com a volta às aulas.
Para deter essa ofensiva, é preciso divulgar o ocorrido em todo o País, e realizar mobilizações todo o País contra a volta às aulas. É preciso exigir da CNTE, CUT, sindicatos, UNE etc. a convocação de uma mobilização nacional contra a volta às aulas.
Não ao genocídio, volta às aulas, só com o fim da pandemia e com vacina.