As eleições de 2018 tiveram um caráter muito diferente das anteriores. A extrema-direita foi para as ruas intimidar os eleitores do PT, Dilma Rousseff foi alvo de uma campanha intensa de calúnias e ameaças e as diversas manobras eleitorais, como no caso da candidatura de Eduardo Campos e Marina Silva, expuseram que o plano do imperialismo era colocar o PSDB de volta no governo.
O PT conseguiu vencer as eleições daquele ano, mas isso não pôs fim na ofensiva da direita. O candidato Aécio Neves não aceitou a eleição e convocou diversos setores a boicotar o segundo governo Dilma Rousseff antes mesmo de ele começar. Menos de dois anos depois, a direita conseguiu derrubar Dilma, eleita por 54 milhões de votos e sem ter cometido qualquer crime comprovado.
O impeachment de Dilma Rousseff concretizou aquilo que já vinha sendo orquestrado há anos: um golpe de Estado, capaz de dar à burguesia poderes para massacrar os trabalhadores. Desde o Judiciário até o Ministério Público, a Polícia Federal, o Congresso e a imprensa burguesa, todos os instrumentos que estavam nas mãos da direita foram utilizados para dar o golpe.
As eleições de 2018 também tiveram um caráter diferente das anteriores – que nunca foram minimamente democráticas. Dessa vez, a direita não estava tentando dar um golpe na população: o golpe já havia sido dado e a burguesia utilizou as eleições apenas para confundir o movimento operário.
O maior líder popular do país e o candidato favorito para ganhar as eleições de 2018 foi preso ilegalmente pela burguesia golpista. Lula, além de ter sido preso sem provas e vítima de uma perseguição descarada, foi impedido de concorrer nas eleições. O candidato do povo, o candidato da classe trabalhadora, foi impedido de participar das eleições pela direita golpista. Dessa forma, independente de quaisquer outros candidatos que participassem das eleições, as eleições seriam inevitavelmente uma fraude.
As eleições são totalmente controladas pela burguesia. As urnas, os TREs, a imprensa – tudo pertence à classe que quer esmagar o movimento operário. Desse modo, as eleições não são outra coisa a não ser um jogo em que a esquerda não tem a menor condição de ganhar. É um jogo de futebol em que o capitão do nosso time foi expulso, estamos jogando sem goleiro e o juiz está apitando com a camisa do time adversário.