O presidente da Rússia, Vladimir Putin foi para a Índia, em uma viagem para negociar um acordo bilionário de venda de armas, passando por cima das sanções do governo norte-americano de Donald Trump, com o qual o governo russo está tendo um importante conflito. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, recebeu o presidente russo na capital do país, Nova Deli.
Declarações oficiais devem aparecer nesta sexta-feira, após a reunião dos dois chefes-de-estado. Os temas discutidos serão defesa, energia nuclear, exploração do espaço e economia. O governo russo disse que a “chave” das negociações seria a negociação de um acordo de 5 bilhões de dólares pelo sistema de defesa aérea S-400. Isso apesar das sanções norte-americanas impedirem qualquer país de fazerem negociações com os setores de defesa e inteligência russos.
O clima de tensão entre a Rússia e os Estados-Unidos, representando a crise do imperialismo norte-americano, que enquanto não consegue nem controlar a situação interna do país, e a vitória eleitoral de Trump é o reflexo disso, os russo estão criando uma série de laços com os outros países, como a Síria, a China, a Turquia e outros países oprimidos pelo sistema capitalista.
A aliança da Rússia com a Índia demonstra como o imperialismo está fragilizado. Mas não só isso, em todos os grandes centros do imperialismo, como a Alemanha, a Inglaterra e os Estados-Unidos, o regime está insustentável, e os partidos tradicionais da burguesia estão perdendo espaço para setores da extrema-direita que têm uma política contrária às alianças globalizadas do capital financeiro. Por isso, por exemplo, alianças como a União Europeia estão se esfarelando.
O imperialismo não está dando conta de manter a hegemonia política internacional. Por muito tempo, eles perderam o controle nos grandes países não imperialistas, como o Brasil, a China, a Rússia, a Índia e assim por diante, tendo de dar golpes onde fosse possível para reconquistar o poder. O caso da Índia e da Rússia passando por cima das próprias sanções dos Estados Unidos comprova como a influência política dos EUA está em crise.