Na quarta (25), dois candidatos ao Senado pelo Distrito Federal deram entrevista ao Correio Braziliense: o candidato do PCO, Danilo Matoso, e o candidato da chapa do golpe militar, Brigadeiro Átila Maia (PRTB). Na ocasião, ficou claro qual a política popular, no que diz respeito ao armamento da população, e qual a política dos golpistas.
Candidamente, como se não fosse da mesma chapa que defende abertamente o retorno da ditadura militar e presta homenagem a torturadores como o Coronel Ustra, o brigadeiro, ao ser inquirido sobre o tema, se colocou como um nome “para fazer a intervenção do bem, democraticamente”. O que seria a tal “intervenção do bem”? Maia respondeu que “é para elegermos as pessoas do bem. A verdade é que a população não aguenta mais esse descaso com valores éticos, morais, com a família”. Como se sabe, a defesa da tradição, família e propriedade é um dos motes da extrema direita para justificar todo o tipo de arbítrio e atrocidade contra a população. A polícia, os grupos paramilitares e as próprias Forças Armadas são os carrascos encarregados de perseguir, prender, torturar e matar.
Segundo a lógica do Brigadeiro, portanto, a população deveria estar armada para se defender da polícia? Maia respondeu que é “contra o armamento. Não vejo necessidade. O Estado tem que atuar e fazer com que as pessoas possam viver em paz. Quem tem que estar armado é a polícia”. Mais claro, impossível. Para os golpistas, o povo deve estar desarmado e as forças de repressão armadas até os dentes.
Já o candidato do Partido da Causa Operária, Danilo Matoso, colocou que “o PCO é favorável ao armamento da população”, esclarecendo que “a própria população deve se organizar em guardas locais, que mantém raízes na comunidade. A própria comunidade faria o seu policiamento. A comunidade treinada e armada. Agora, é bom que se diga, Jair Bolsonaro não defende o armamento da população. A proposta da direita não é para a população. Eles querem armar legalmente as milícias, os jagunços, os policiais e as pessoas em torno a essa rede de poder. Porque vai ficar caro se armar. Não é pra qualquer um. Eles querem armar justamente os jagunços que dizimam os trabalhadores sem terra no campo, que dizimam as populações das favelas, nas periferias das cidades, mantendo a população desarmada. Então nós não apoiaríamos a proposta da direita. Nós somos a favor do armamento da população nesse contexto mais amplo de segurança pública, de dissolução das polícias e de tomada do policiamento pela própria comunidade”.
Perguntado sobre como se daria o controle dessa polícia popular, explicou: “Uma pessoa que nasceu e cresceu num bairro, se começar a cometer arbitrariedades, a própria comunidade vai se levantar contra ela, não vai reelegê-la para um cargo de delegado – que deveria ser eletivo. Ao contrário do que acontece hoje: em que há uma proteção aos fascistas, às milícias policiais que exterminam as populações das periferias e são acobertadas pela corporação policial”.
Ainda no tema da segurança pública, perguntado sobre o posicionamento do PCO sobre a redução da maioridade penal, Matoso foi taxativo: “a gente é contra tudo aquilo que gere mais possibilidades de encarceramento da população. A população carcerária no Brasil hoje é gigantesca, e metade dos presos não foi sequer julgada. São pessoas que não tiveram dinheiro para pagar uma fiança. São os pobres. Nosso sistema penal é feito para encarcerar o pobre”.
Em comum, os dois candidatos do Distrito Federal têm o fato de que expressam com mais clareza a política dos grupos que defendem. Enquanto o militar defende a exclusividade do uso de armas pelas forças de repressão, o comunista defende a autodefesa da população.
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