Da redação – A imprensa burguesa noticiou nesta segunda-feira (1), que o novo presidente e ministro golpista do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, teria buscado os outros ministros para debater a possibilidade de o plenário da corte julgar nesta quarta-feira (3) a decisão de Luiz Fux, que proibiu a entrevista da Folha de S. Paulo com o preso político, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A situação é estranha de diversas formas, pois, primeiramente, é de se suspeitar que os golpistas liberem uma entrevista com Lula em vésperas de eleição. A Folha, um dos principais jornais da burguesia e do imperialismo no Brasil, participou intensamente da campanha pelo Impeachment de Dilma e pela prisão de Lula, tirando o candidato do povo do pleito fraudado.
Segundo, baseado nos interesses de classe da burguesia, o que seria liberado de toda a entrevista também é de se especular, uma vez que a imprensa só noticia o que lhe interessa. Terceiro, que, após o cancelamento da entrevista por Fux, a Folha iniciou todo um “protesto” cínico dentro de sua imprensa contra essa censura, se utilizando de argumentos diversos para mostrar a arbitrariedade ditatorial do STF. Tal “protesto” não passa de pura demagogia, para aparentar imparcialidade, pois o jornal sabe que não será acatado, assim como a imprensa burguesa já havia “protestado” contra impedimentos anteriores relacionados ao acesso do ex-presidente aos órgãos de comunicação capitalistas.
E por último, que, a própria Ditadura do STF se coloque, na forma de alguns juízes, em protesto contra a ação de Fux alegando ser ‘tecnicamente injustificável’. Outra demagogia, que, no entanto, também revela a crise dentro do Supremo.
É evidente que está situação é deveras estranha, tanto pela aparência de divisão interna da Corte, quanto pela pressão da burguesia em entrevistar Lula. Devemos ressaltar, para finalizar, que hoje no STF, um general do Exército é assessor de Toffoli, e assim, como o Alto Comando articulou o golpe contra Dilma Rousseff (PT), irão impor sua vontade no comando dos processos que interessam aos patrões imperialistas.